O presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, disse hoje que vai pedir explicações ao executivo nacional sobre as tarifas aéreas para residentes na Madeira anunciadas na segunda-feira, sublinhando não ver justificação para os açorianos pagarem mais.
"Não pode haver dois pesos e duas medidas. E não podemos ter soluções numa região e soluções num mesmo assunto diferentes do ponto vista de apoio do Estado noutras. E não é sequer justificativo o facto de se argumentar com a distância. Esse critério da distância, o que torna mais flagrante é essa diferença de tratamento, uma vez que o arquipélago mais perto do continente acaba por ter um apoio maior do que o arquipélago que está mais longe do continente", disse Vasco Cordeiro, aos jornalistas, na ilha do Pico.
O presidente do executivo açoriano sublinhou que na Madeira é o Estado que assegura o pagamento das obrigações de serviço públicas das ligações aéreas entre ilhas, enquanto nos Açores essa despesa é paga "pelos açorianos, com o dinheiro dos seus impostos". Uma situação que "também contribui para este sentimento" de tratamento diferenciado entre regiões que considerou "injustificado".
"Naturalmente que haverá uma justificação" e o Governo Regional dos Açores "solicitará essas explicações ou essa justificação junto do Governo da República", acrescentou, vincando que "há algumas explicações, alguns esclarecimentos" a que os açorianos têm direito e que serão solicitados à República.
O primeiro-ministro, Passos Coelho, e o presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, anunciaram na segunda-feira um novo modelo de ligações aéreas entre esta região e o continente que replica as regras adotadas este ano para os Açores.
No entanto, a tarifa máxima fixada para os residentes na Madeira (86 euros) é mais baixa do que aquela que foi acordada para os residentes nos Açores (134 euros).
Miguel Albuquerque especificou que a tarifa fixada tem a ver com o número de milhas ou quilómetros entre Madeira e o continente.