No ‘seu’ Estádio José Alvalade, em Lisboa, pouco depois de ter sido lançado na partida, o extremo do Sporting levou a decisão para tempo extra, aos 86 minutos, e lançou a seleção nacional para o apuramento, aos 91, com Gonçalo Ramos, também suplente, a confirmar aos 115, depois de já ter rendido o capitão Cristiano Ronaldo.
Antes, com uma desvantagem de 1-0 trazida do primeiro jogo, em Copenhaga, Portugal deixou tudo igual na eliminatória, com um autogolo de Joachim Andersen, aos 38 minutos, mas Rasmus Kristensen, aos 56, voltou a dar vantagem aos ‘vikings’.
Numa partida emocionante, Cristiano Ronaldo fez o seu 136.º golo pela seleção nacional, aos 72 minutos, e deixou tudo empatado novamente na luta pela ‘final four’, mas, pouco depois, aos 76, Eriksen marcou para os dinamarqueses, aproveitando um erro monumental de Rúben Dias.
Depois disso entrou em cena o ‘herói’ Francisco Trincão, lançado na partida aos 81 minutos para o lugar de Francisco Conceição, que foi a surpresa no ‘onze’ inicial pelo selecionador Roberto Martínez.
Ao 10.º jogo, Trincão ‘salvou’ Portugal da eliminação com o seu primeiro golo de sempre pela equipas das ‘quinas’ e depois lançou a seleção lusa para a segunda presença na ‘final four’, em ambos os lances com dois remates cheios e inspiração e oportunidade.
Até hoje, o jogador de 25 anos tinha somado apenas 33 minutos durante a ‘era’ Roberto Martínez, ou seja, em dois anos, e mostrou ao técnico espanhol que merece mais oportunidades e outro tipo de ‘peso’ na atual seleção ‘AA’.
A exibição portuguesa voltou a ficar longe do brilhante, com a Dinamarca em vários momentos da partida a repetir a superioridade que teve em Copenhaga, mas a inspiração de Trincão e o ‘coração’ dos jogadores lusos acabaram colocar Portugal na fase decisiva da Liga das Nações, que vai decorrer em Munique e Estugarda, na Alemanha, em junho.
Foi também uma vitória determinante para Roberto Martínez, muito criticado após a derrota, e a exibição da equipa, na primeira mão, ganhando assim maior fôlego no comando da seleção nacional.
Como já era sabido, o treinador espanhol deu a titularidade a Bernardo Silva, que chegou aos 100 jogos, relegando João Neves para o banco, e colocou Gonçalo Inácio ao lado de Rúben Dias no centro da defesa lusa.
Com Alvalade esgotado, o jogo começou da pior forma para o lado português, e para Ronaldo, que falhou uma grande penalidade logo aos seis minutos, permitindo defesa fácil de Schmeichel.
Como já se esperava, Portugal entrou a pressionar e, durante a primeira metade da primeira parte, teve mais bola, embora às vezes com ansiedade a mais, e foi encostando a Dinamarca atrás, com Ronaldo a voltar a ser impedido pelo guardião dinamarquês, desta vez após cabeceamento.
A Dinamarca ‘sobreviveu’ à boa entrada lusa e equilibrou a partida, com Hojlund, marcador do golo em Copenhaga, a assustar Diogo Costa, mas seria nesta fase que Portugal iria chegar ao golo, num lance que caiu do ‘céu’.
Na sequência de um pontapé, num lance que lhe vai pesadelos nos próximos tempos, Joachim Andersen impediu um colega de equipa, em melhor posição, de cortar a bola e acabou por enviar a bola para a própria baliza.
Ao intervalo, estava tudo empatado na eliminatória e foi a Dinamarca a regressar bem melhor dos balneários, chegando com justiça ao empate. Já depois de Hjulmand ter ficado perto, após erro infantil de Dalot, e Nuno Mendes ter feito de ‘escudo’ para impedir o 1-1, o lateral Kristensen apareceu soltou na área após um canto e marcou, com os jogadores portugueses parados a pedir uma falta.
A precisar novamente de marcar, para fugir à eliminação, Martínez lançou Diogo Jota para o lugar da Rafael Leão, que voltou a demonstrar que está bem longe da melhor forma.
A verdade é que Portugal continuou a ter falta de soluções até que Bruno Fernandes atirou de fora da área com estrondo ao poste, aparecendo Cristiano Ronaldo na recarga para o 2-1.
A festa lusa durou muito pouco, já que Rúben Dias, num lance atípico do central do Manchester City, que deixou a bola solta em zona proibida para Dorgu, com o lateral a assistir com sucesso Eriksen, que só teve de encostar.
O adeus à Liga das Nações parecia inevitável, tal o golpe que o 2-2 teve na equipa portuguesa, mas Trincão, à entrada da área, com um excelente remate de primeira, fez explodir Alvalade, que parecia já não acreditar no apuramento luso.
O extremo estava em campo há poucos minutos, assim como Nelson Semedo, que rendeu Diogo Dalot.
Ronaldo despediu-se dos adeptos nos descontos, dando lugar a Gonçalo Ramos, e a decisão foi para prolongamento, com Trincão novamente em ‘grande’.
Praticamente no primeiro lance, Gonçalo Ramos obrigou Schmeichel a defesa incompleta e, cheio de oportunidade, o extremo do Sporting apareceu solto na área para marcar novamente.
Até final, a Dinamarca foi obrigada a fazer subir os seus jogadores, colocando mesmo um dos centrais como ponta de lança, mas o melhor que conseguiu foi um remate à figura de Diogo Costa.
Com muito espaço na frente, Gonçalo Ramos acabou por sentenciar a eliminatória, finalizando com facilidade uma jogada construída por Trincão e Diogo Jota.
Lusa