“É pegar no espírito que tivemos durante as nossas prestações no Mundial e replicá-lo nesta nova competição, que é a Liga das Nações. O espírito é sempre o mesmo, é de máximo orgulho e alegria em estar aqui a representar o nosso país. Isso traz-nos uma maior responsabilidade, por aquilo que fizemos no Mundial, e sabíamos que, talvez, merecíamos um bocadinho mais. É pegar nessas coisas boas e conquistar os objetivos nesta nova competição”, afirmou aos jornalistas, antes de um treino na Cidade do Futebol.
Inserido no Grupo 2 da Liga A, Portugal enfrenta a seleção gaulesa na sexta-feira, no Stade du Hainaut, em Valenciennes, recebendo, quatro dias depois, no Estádio Cidade de Barcelos, a congénere norueguesa, no arranque da primeira edição da competição.
“Para nós, já é habitual jogar contra seleções de ‘ranking’ superior. Portugal tem dado provas mais do que suficientes de que o ‘ranking’ não nos importa. O favoritismo é dentro de campo e tentamos ao máximo dar o nosso melhor, com qualquer seleção. O Mundial foi prova disso, mesmo contra seleções de topo, estivemos lá ‘olhos nos olhos’ a competir. Esta competição também é uma lufada de ar fresco e nós esperamos fazer coisas boas”, explicou.
Nos últimos anos, vencer as seleções mais fortes do mundo já “não é utopia”, disse Tatiana Pinto, embora lembre a história e o passado destas adversárias.
“Não podemos esquecer que a França e a Noruega têm uma história muito forte, coisa que, infelizmente, ainda não temos, mas estamos a criá-la. O jogo é dentro de campo, temos as mesmas possibilidades e é a isso que nos vamos agarrar”, atirou a futebolista.
Aos 29 anos, a internacional portuguesa por 105 vezes, após duas temporadas a jogar em Espanha, ao serviço do Levante, regressou a Inglaterra para representar o Brighton, sete anos depois de sair do Bristol City, mas a mudança não traz mais responsabilidade.
“Sou mais uma, estou aqui para servir e ajudar, seja de que forma for. O facto de a maior parte das minhas colegas jogar no campeonato português não faz com que a nossa competitividade seja inferior, muito pelo contrário. Quis realmente ir para outro contexto, mas o mais importante é estarmos felizes e onde nos sentimos bem, porque assim é muito mais fácil as coisas dentro de campo acontecerem”, frisou a jogadora de Águeda.
Instada a comentar a transferência e a comparar as diferenças da Liga inglesa desde a sua anterior passagem, Tatiana Pinto considerou que “a própria competição evoluiu”, sendo “provavelmente a melhor Liga do mundo e um produto muito forte”.
“Eu sempre quis regressar, sempre soube que era esse o caminho que queria percorrer, mas o meu foco e o objetivo principal é que a jogadora portuguesa se valorize mais e que possa abrir portas para que muitas mais vão para qualquer equipa lá fora”, realçou.
No treino matinal de hoje, todas as 24 futebolistas treinaram às ordens do selecionador Francisco Neto, embora a avançada Diana Silva tenha cumprido a sessão sem contacto físico, estando a seguir o protocolo estabelecido para casos de contusão.
A seleção portuguesa viaja ainda hoje, num voo para Bruxelas às 16:15, com chegada pelas 20:00 locais (19:00 em Lisboa), seguindo-se uma viagem de autocarro rumo a Valenciennes, perto da fronteira entre França e Bélgica.
O encontro entre a França e Portugal, da primeira jornada do Grupo A2 da Liga das Nações em futebol realiza-se na sexta-feira, pelas 21:10 locais (20:10 em Lisboa), no Estádio do Hainaut, em Valenciennes.
Lusa