“Este caso não é um exemplo único e continuam a ser necessárias medidas para promover uma melhor cultura desportiva em Portugal, atuando preventivamente. Quanto ao caso em questão, espera-se que seja devidamente enquadrado juridicamente e mereça resposta cabal das autoridades competentes”, refere o sindicato em comunicado.
O futebolista português Sandro Cruz, do Benfica B, denunciou no domingo um “episódio nojento”, por ter sido alvo de insultos racistas quando foi substituído na derrota em casa do Rio Ave (2-1).
“Hoje [domingo], infelizmente, passou-se mais um episódio nojento na nossa sociedade e no nosso desporto, por isso é que continua como está. Mas, continuamos a ser hipócritas o suficiente para dizer que não somos um país racista”, escreveu o jogador de 20 anos nas redes sociais.
Cruz saiu em cima da hora de jogo na visita aos vila-condenses, que ascenderam à liderança do segundo escalão, e há gritos audíveis na transmissão televisiva do encontro.
O sindicato dos jogadores refere que os insultos são um “comportamento totalmente inaceitável” e um ato que “mancha a imagem do futebol português”.
“É, aliás, uma ocorrência que se soma a muitas outras nesta época desportiva, em diferentes escalões e competições, que demonstra a dimensão do problema e a necessidade de uma abordagem transversal”, acrescenta o documento, com o sindicato a manifestar a sua solidariedade com o futebolista.
O treinador da equipa principal do Benfica, Nélson Veríssimo, após a vitória na visita ao Sporting, por 2-0, também condenou o caso e enviou um “abraço ao Sandro e a todos os jogadores vítimas de racismo”.
Mais tarde, Sandro Cruz utilizou de novo as redes sociais para agradecer a Nélson Veríssimo e a toda a estrutura do Benfica pelo apoio manifestado.
O Rio Ave também manifestou a sua “solidariedade” com o jogador, salientando, em comunicado, que “não se revê em qualquer atitude de teor racista ou desrespeitosa para com qualquer pessoa”, garantindo que no clube se “repudia qualquer ato de racismo, xenofobia ou outro que vise ofender ou ostracizar alguém”.
Lusa