"As funções desempenhadas pelo Presidente do Conselho de Administração serão, na medida que se mostre necessária, asseguradas nos termos previstos na lei e nos estatutos", lê-se num comunicado da SAD do Benfica à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Luís Filipe Vieira foi um dos quatro detidos no âmbito de uma investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros com prejuízos para o Estado.
"A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD (“Benfica SAD”) informa […] que as suas instalações foram hoje objeto de buscas no âmbito de uma investigação envolvendo o Presidente do Conselho de Administração, Luís Filipe Vieira, que, conforme comunicado divulgado pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal, terá sido constituído arguido e detido para primeiro interrogatório, encontrando-se o respetivo inquérito em segredo de justiça", referem os ‘encarnados".
No mesmo comunicado, lê-se que "nem a Benfica SAD nem o Sport Lisboa e Benfica (ou qualquer entidade por si controlada) foram constituídos arguidos no âmbito desta investigação, tendo sido prestada toda a colaboração solicitada pelas autoridades relevantes".
"A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD informa ainda que, por estar a decorrer o período de subscrição das obrigações representativas do empréstimo obrigacionista ‘Benfica SAD 2021-2024’ no contexto da respetiva oferta pública, será solicitada a aprovação pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários de uma adenda ao prospeto aprovado em 01 de julho de 2021", concluem as ‘águias’.
Uma nota do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) indica que foram detidos um dirigente desportivo, dois empresários e um agente do futebol e realizados cerca de 45 mandados de busca a sociedades, residências, escritórios de advogados e uma instituição bancária, em Lisboa, Torres Vedras e Braga.
No comunicado do DCIAP, é indicado que os detidos são suspeitos de estarem envolvidos em “negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, que poderão ter acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades”.
Em causa, adianta, estão “factos ocorridos, essencialmente, a partir de 2014 e até ao presente” e suscetíveis de serem “crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento”.
Está previsto que os quatro detidos sejam presentes na quinta-feira a primeiro interrogatório judicial com vista à aplicação de medidas coação, “com vista a acautelar a prova, evitar ausências de arguidos e prevenir a consumação de atuações suspeitas”.