“Eu não tenho palavras. Eu nunca ganhei uma corrida na minha vida. Passei mesmo alguns anos difíceis, tanto como os meus irmãos, que estão ali nas bancadas”, referiu, emocionado, na zona mista do velódromo de Saint-Quentin-en-Yvelines, após conquistar a medalha de ouro em madison, ao lado de Iúri Leitão.
O ciclista da UAE Emirates lembrou algumas conquistas na pista, como quando foi campeão europeu de scratch em 2021, mas confessou que os últimos anos têm sido complicados, nomeadamente como um segundo lugar numa etapa da Volta a Espanha nesse mesmo ano o atormentou “por muitos anos”, além de outros momentos em que esteve perto de vencer, que deixaram “muitas frustrações acumuladas”.
“Sendo atleta profissional, tu duvidas de ti mesmo muitas vezes. Mas só tens de saber que passas pelo processo que toda a gente passa, que é de dúvidas, que é de muitas incertezas, mas, no final de contas, só tens de confiar no teu trabalho. E foi o que nós fizemos. Sabíamos a corrida que tínhamos de fazer, mas a verdade é que nunca, nunca, nunca, nunca na minha vida pensei que podíamos estar a discutir o ouro”, adiantou.
Contudo, aos 27 anos, Rui Oliveira conseguiu o maior triunfo da sua carreira, acreditando que “tudo na vida tem um sentido e tem uma maneira de ser”.
“Tudo vem a seu tempo, só temos que esperar e acreditar no processo. E eu acho que isto não podia ser mais verdade. Esta frase não podia encaixar melhor no dia de hoje. (Agradeço) Aos meus pais, aos meus irmãos, à minha família. Campeão olímpico… eu acho que não vou dormir durante muito tempo”, disse.
Rui Oliveira considera que “é um sonho que se tornou realidade” a conquista da medalha de ouro, com 55 pontos, nas 200 voltas à pista do Velódromo Saint-Quentin-en-Yvelines, mais oito do que a Itália, com Simone Consonni e Elia Viviani, segunda classificada, enquanto a Dinamarca, com Niklas Larsen e Michael Morkov, terminou no terceiro posto, com 41.