O candidato da lista A venceu em 22 de setembro as eleições para a presidência do Marítimo, com 65% dos votos, derrotando o presidente dos últimos 24 anos, Carlos Pereira.
“Estou preparado para tudo e, com uma equipa que julgo que será capaz de resolver e encontrar soluções”, disse o presidente eleito, quando questionado se tem receio de como irá encontrar o clube a nível financeiro.
Sobre as decisões tomadas pelo presidente cessante nos últimos dias, acredita que “deveriam ter ficado a cargo da nova direção”, referindo-se ao pagamento da dívida à construtora responsável pela edificação do Complexo Desportivo do Marítimo, em Santo António.
“Agora já não há nada a fazer. A decisão já foi tomada, o pagamento desses 5,7 milhões de euros também já foi feito, portanto, agora, há que gerir o clube com o dinheiro que ficou”, frisou.
Rui Fontes, que presidiu o clube insular entre 1988 e 1997, sublinhou que a dívida se deveu a “obras a mais”, revelando tratar-se de questões que tinham “um determinado orçamento, já aprovado pelo governo [regional] e que foi ultrapassado”.
A tomada de posse da lista eleita acontece na sexta-feira, às 12:00. O 36.º presidente da história do Marítimo assumiu que irá realizar uma auditoria “à gestão e uma auditoria forense” com a finalidade de perceber “tudo acerca da situação do clube”.
O antigo capitão ‘verde rubro’ João Luís, que presidirá a Sociedade Anónima Desportiva do Marítimo e o também ex-jogador da ‘casa’ Luís Olim, futuro vice-presidente para o futebol, encontram-se atualmente na Lituânia, exercendo os cargos de treinador e adjunto, respetivamente, do Panevezys, quarto classificado no campeonato, terminando a ligação contratual em 30 de novembro.
“Já estão a trabalhar para o Marítimo. Hoje em dia e, ainda mais com a pandemia, as novas tecnologias permitiram que se trabalhasse à distância, portanto, o João Luís e o Luís Olim, neste momento, já têm reuniões diárias com a atual estrutura do departamento de futebol do Marítimo”, sublinhou.
A sociedade anónima maritimista apenas estará sob as ordens da nova direção a partir de 02 de dezembro, dia em que ocorrerá a Assembleia Geral para a eleição dos membros que compõem a Mesa da Assembleia Geral e o Conselho da Administração.
“Por outro lado, já pedimos ao presidente da Assembleia Geral que dois elementos da administração da SAD possam demitir-se para podermos fazer uma cooptação, para substituir dois elementos da atual administração por dois elementos nossos e, assim, já podemos acompanhar a administração da SAD”, destacou o futuro presidente ‘verde rubro’.
Sobre o ciclo negativo que o plantel que milita na I Liga atravessa [não vence há nove jogos], Rui Fontes assumiu que “o campeonato não está a correr bem”, mas reconheceu “o esforço para ganhar que a equipa fez na última partida” [derrota por 2-1, diante do Gil Vicente].
“Com uma vitória tudo pode mudar, portanto, vamos dar tempo ao tempo. Agora, vem uma paragem grande no campeonato, nessa paragem dá tempo para analisarmos muita coisa e refazer alguma coisa que seja necessária”, destacou, frisando que já vai acompanhar a equipa a Tondela, no domingo, em encontro da 11.ª jornada.
O Marítimo está impossibilitado pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional de jogar no seu recinto desportivo devido às condições do relvado, que já recebeu duas avaliações negativas, a primeira diante do Sporting de Braga e a segunda frente ao FC Porto, na primeira e terceira jornadas, respetivamente.
“No dia da posse convidei o senhor presidente da Liga, que vem cá e vamos fazer uma visita ao relvado. Estive hoje no estádio e a informação que me dão é que contra o Paços de Ferreira [28 de novembro] o Marítimo já vai jogar no seu relvado”, avançou Rui Fontes, garantindo que o ‘tapete’ está em condições para receber “todos jogos até ao final do campeonato, desde que a manutenção seja feita sob determinadas regras”.
O relvado do Estádio dos Barreiros vai ser alvo “de uma grande obra no mês de maio”, quando estiver concluída a época desportiva 2021/22.