A equipa das ‘quinas’ superiorizou-se no meio-campo, teve mais bola, criou mais oportunidades de golo e selou a vitória no primeiro ‘play-off’ com cabeceamento da média, ao segundo poste, em resposta a um canto de Joana Marchão, um minuto depois da expulsão de Amber Tysiak, que deixou as belgas reduzidas a 10 unidades.
Com o golo tardio, Portugal desfez a igualdade que se verificava ao intervalo, face aos golos de Diana Silva, aos 28 minutos, e de Tessa Wullaert, aos 40, de penálti, e assegurou a presença na próxima ronda, também disputada a apenas uma mão, com a Islândia, na terça-feira, em Paços de Ferreira.
Capaz de pressionar a defesa e o setor mais recuado do meio-campo belga, a equipa das ‘quinas’ dominou a primeira meia hora de jogo e esteve perto de traduzir esse ascendente em golo ao minuto cinco, quando Jéssica Silva atirou ao lado, servida por Diana Silva.
A exceção à supremacia lusa nesse período deu-se ao minuto 15, quando Tessa Wullaert aproveitou uma perda de bola de Diana Gomes para se isolar pelo ‘corredor’ central, antes de rematar com pouca força para defesa de Patrícia Morais.
O conjunto às ordens do selecionador Francisco Neto ‘circulou’ várias vezes com paciência até encontrar espaços para os cruzamentos ora de Ana Borges, ora, principalmente, de Joana Marchão, lateral na origem do golo inaugural.
A futebolista do Parma, de Itália, apareceu solta na faixa esquerda e cruzou para o ‘coração’ da área, onde Diana Silva se antecipou à jogadora que a marcava para ‘emendar’ para o fundo das redes belga, de pé esquerdo.
Portugal conteve a reação belga nos minutos seguintes, fase de equilíbrio a meio-campo, antes de Joana Marchão travar, no interior da área lusa, um remate de Janice Cayman com o braço, situação que levou a árbitra Kateryna Monzul a assinalar grande penalidade, após recurso ao videoárbitro.
Na cobrança, Patrícia Morais adivinhou o lado para que Tessa Wullaert rematou, mas foi incapaz de travar a bola colocada junto ao poste direito, a meia altura.
A seleção lusa continuou mais forte após o intervalo, com Fátima Pinto, aos 50 minutos, e Jéssica Silva, aos 59, a ameaçarem o golo, mas a ineficácia quase deixou a equipa de Francisco Neto à mercê da reviravolta belga, quando Ella van Kerkhoven atirou para as mãos de Patrícia Morais quando tinha a baliza ‘escancarada’, aos 70 minutos.
As anfitriãs reagiram à momentânea quebra de rendimento, instalando-se de novo no meio-campo belga, e desencadearam a série de lances que viria a decidir o jogo, a partir do minuto 85, quando Amber Tysiak derrubou Diana Silva, que seguia isolada para a baliza.
A grande penalidade inicialmente assinalada foi revertida para livre à entrada da área, com a defesa belga a ver o cartão vermelho direto após consulta ao videoárbitro, e Carole Costa obrigou Nicky Evrard a defesa difícil, para o canto que valeu o 2-1.
Se vencer a Islândia, Portugal qualifica-se para o Mundial, se estiver entre as duas melhores seleções das três europeias que se apuram via ‘play-off’.
Se for o pior dos três apurados, Portugal segue para um ‘play-off’ intercontinental, na Nova Zelândia, que ditará as derradeiras três vagas, com Taiwan, Tailândia, Camarões, Senegal, Papua Nova Guiné, Haiti, Panamá, Chile e Paraguai.
A fase final do Mundial feminino realiza-se na Austrália e na Nova Zelândia, de 20 de julho a 20 de agosto de 2023.