O regresso da prova à cidade da Praia da Claridade, no distrito de Coimbra, o que já não sucedia há cerca de três décadas, mistura homens e mulheres de todas as faixas etárias, num convívio que se estende pelas ruas e pelas esplanadas do mercado municipal e da Avenida 25 de Abril.
Encostado à rede da vedação, já preparado para observar o desfile dos bólides, o antigo motorista de camiões pesados Albino Monteiro, de 67 anos, assistiu à última passagem do Rali de Portugal pela Figueira da Foz e não quer perder o seu regresso.
“Este regresso é mais do que ótimo, é excelente, porque promove a cidade e dinamiza a economia local”, salientou o sexagenário, que reside naquele concelho.
Uns metros mais ao lado, Maria Soreto, de 49 anos, também já tomou lugar, juntamente com a filha Ana Maria, de 15 anos.
Apaixonada pelo rali, veio de Cantanhede, a cerca de 40 quilómetros, embora considere que o circuito de Coimbra no passado “esteja mais bem posicionado”.
O marido Pedro Soreto talvez não venha a tempo de assistir à superespecial, depois de ter andado na Serra da Lousã desde a madrugada de hoje a assistir às provas de terra batida.
“Toda a família é fã do rali e o meu marido está ligado aos automóveis”, sublinhou Maria Soreto, salientando que são amigos dos pilotos Armindo Araújo e José Pedro Fontes.
“Este é único desporto e que não há conflitos nem rivalidades”, frisou.
Famílias inteiras também marcam presença entre os espetadores, como é o caso de Ricardo Alves, também de Cantanhede, que trouxe a mulher Ana e os filhos Júlia e Bernardo para assistirem à superespecial e às classificativas da parte da manhã na Serra da Lousã.
“Todos os anos é férias nesta altura”, diz sorridente, lembrando que a família já anda de pé desde as 05:00 para ver os carros levantar pó.
A reportagem da Lusa encontrou um grupo de cinco jovens chilenos, com idades entre os 27 e os 32 anos, que residem e trabalham em Lisboa e vão assistir pela primeira vez a uma prova do mundial de ralis.
“Vamos acompanhar a partir de hoje todo o Rali de Portugal”, adiantou Omar, de 28 anos. Munido de uma tenda, o grupo vai acampar próximo das zonas de prova e concretizar o sonho de assistir “a uma prova de ralis mundial”.
Já em plena Avenida 25 de Abril, com a esplanada Silva Guimarães completamente esgotada, um grupo de sete jovens estudantes procurava o melhor local para assistir à superespecial.
Vindos de diversos concelhos da região de Coimbra, depois de um dia de aulas, os estudantes, com idades entre os 18 e os 20 anos, revelam que só “querem divertir-se”.
A superespecial da Figueira da Foz tem partida em frente ao edifício dos Paços do Concelho, efetuando cada piloto um percurso de 2,2 quilómetros, que abrange a zona do Forte da Figueira da Foz e o Parque das Gaivotas, onde estão localizadas as bancadas com 4.000 lugares pagos.
Lusa