De acordo com o despacho do processo, ao qual a agência Lusa teve acesso, o colégio arbitral reconheceu a “exceção de caducidade” das alegações manifestadas pelo clube madeirense, que defendia a existência de irregularidades financeiras no licenciamento do Boavista, do escalão principal, para as competições profissionais da temporada 2023/24.
Os ‘axadrezados’ receberam “com enorme estupefação” a notícia em 17 de julho, dia no qual anunciaram que apresentariam uma queixa-crime contra o Marítimo, cortando ainda imediatamente as relações institucionais com a administração presidida por Rui Fontes.
Em declarações à agência Lusa, o presidente do Boavista, Vítor Murta, disse ter acolhido “sem qualquer surpresa” a decisão do TAD, mas lamentou “todo o ruído criado por quem, a todo o custo, pretendeu mostrar aos seus a incompetência revelada nas quatro linhas”.
“Tinha a plena consciência de que cumprimos todos os pressupostos para competir na I Liga. Não foi um trabalho fácil, mas cumprimos de forma escrupulosa. Congratulo-me por esta decisão, que comprova a seriedade de quem trabalha diariamente no Boavista. Vai começar mais uma época desportiva e só com união é que poderemos vencer dentro de campo, de uma forma limpa e justa. Fora dele, onde muitos gostam de jogar, estarei aqui para continuar a defender os interesses do Boavista”, assinalou o líder máximo da SAD.
O Marítimo já tinha submetido anteriormente outra providência cautelar contra a LPFP no TAD, visando o Estrela da Amadora, que derrotou o clube do Funchal no play-off de acesso à edição 2023/24 da I Liga, relegando-o mesmo para o segundo escalão.
Há cerca de duas semanas, o TAD também já tinha indeferido uma providência cautelar apresentada pelo Sporting da Covilhã, despromovido à Liga 3, contra a LPFP, relativa ao processo de licenciamento do Leixões, da II Liga, dando razão ao organismo que gere as competições profissionais.
O Boavista estreia-se com uma receção ao campeão nacional Benfica, na segunda-feira, um dia após o Estrela da Amadora encarar em casa o Vitória de Guimarães, enquanto o Marítimo arranca a sua participação na II Liga no sábado, ao visitar o ‘vizinho’ Nacional.