É daquelas histórias quase surreais e onde a culpa morre solteira.
Contactado pela RTP o piloto deu conta de pormenores da situação que viveu no Rali de Portugal e que infelizmente, promete arrastar-se por muito tempo.
Manuel Castro fez um forte investimento pessoal e com a ajuda dos patrocinadores adquiriu o Hyundai I20 R5.
Chegada a data do Rali de Portugal cumpria-se um sonho de menino, como confessou aos meios de comunicação social, estaria a competir na maior prova do país e, ainda para mais, uma prova do campeonato do mundo.
Mas o sonho rapidamente tornou-se pesadelo.
Após ter cumprido a 3ª prova especial de classificação, numa altura em que era o 5º melhor português em competição, viu o Hyundai incendiar-se no reabastecimento.
E é aqui que começa o enredo surreal.
Nas provas FIA os reabastecimentos são feitos por uma entidade que dá pelo nome PANTA e que meteu a “pata na poça”, segundo Manuel Castro disse à RTP.
Esta entidade ao reabastecer o Hyundai I20 R5, não terá colocado o “respiro” que faz com que, caso o deposito leve gasolina em excesso, entra em função e deixa sair o combustível a mais.
Como não tinha o “respiro”, a gasolina acabou por sair por outro lado e começou a verter em cima do escape que estava quente.
Daí a um incendio foi um ápice. Os bombeiros entraram em ação e debelaram o fogo, como a foto mostra.
Apesar de ter pago a inscrição e estar devidamente inscrito na prova, partir daí iniciou-se um “jogo do empurra”.
Nenhuma das várias entidades envolvidas, a começar pela Panta, assume responsabilidades ou assegura uma solução para o sucedido.
ACP, FPAK e a própria Fia, lavam as mãos sobre o assunto. Foi a 19 de maio que tudo aconteceu e passados quase dois meses não há solução à vista.
O piloto confessou à RTP que já tentou todos os meios e vias de comunicação, mas não teve êxito.
Ninguém se responsabilizou pelo que aconteceu na zona de reabastecimento do Rali de Portugal, num caso em que a culpa morre solteira.
Apesar do forte investimento, o piloto continua sem poder competir e já perdeu patrocinadores ao longo deste penoso processo.
Manuel Castro disse à RTP que nos seus planos estava a participação no Rali Vinho Madeira deste ano, mas depois deste triste episódio ficou arredado dessa participação.
O piloto no meio do desalento deixou a pergunta: “Resta saber o que abrange uma inscrição num rali e para que serve o seguro de prova?”