Contando com as repetições de atletas, já são, aliás, mais de mil – 1.100 – as participações lusas na principal prova do desporto mundial, sendo 903 homens e 197 mulheres, que só se estrearam em 1952, 56 anos após a primeira edição.
Os 107 de Atlanta, nos Jogos do Centenário, em 1996, são o máximo numa edição, sendo que Portugal também ultrapassou a centena (101) em 1992, em Barcelona, números para os quais contribuíram as equipas de futebol (18) e hóquei em patins (10), respetivamente.
O Rio2016 fixou-se em terceiro (92), o mesmo registo de presentes em Tóquio2020, com 36 mulheres, superando as 32 de Londres2012 e as 30 no Brasil.
Os Jogos Olímpicos começaram em 1896, em Atenas, mas Portugal falhou as primeiras quatro edições, estreando-se apenas à quinta, em 1912, em Estocolmo, na Suécia.
A assinalar a primeira aparição lusa, ocorreu um dos episódios mais dramáticos da história do evento, a morte do maratonista Francisco Lázaro, um dos seis atletas portugueses presentes, em três modalidades (atletismo, luta e esgrima).
Em 1920, Portugal levou 14 desportistas, que competiram em esgrima e tiro, e, em 1924, estiveram 29 em Paris, de oito modalidades e a representação lusa conquistou a primeira medalha, de bronze, na prova de obstáculos por equipas.
Os cavaleiros José Mouzinho de Albuquerque, Aníbal Borges de Almeida e Hélder de Sousa Martins selaram o primeiro ‘metal’ luso, a primeira de três — todas de bronze – no equestre.
Na edição seguinte, em 1928, Portugal voltou a bater o seu recorde, com 32 atletas em Amesterdão, incluindo a equipa de futebol. Foi, porém, a esgrima a chegar à medalha, de bronze, graças à equipa de espada.
Depois de só levar seis atletas a Los Angeles, em 1932, Portugal também não se fez representar com muitos em Berlim, mas os 19 foram suficientes para o terceiro bronze, de novo para o equestre e na prova coletiva de obstáculos.
Um novo recorde surgiu em Londres, em 1948, com quase meia centena de atletas (46) e a conquista, pela primeira vez, de dois ‘metais’: a primeira prata, para os velejadores Duarte de Almeida Bello e Fernando Coelho Bello, em Swallow, e o quarto bronze, de novo para o hipismo.
Helsínquia1952, que trouxe mais um bronze, na vela, assinalou a primeira delegação verdadeiramente de ‘peso’, com 71 atletas, incluindo as primeiras três mulheres, em representação das cores nacionais, em 10 modalidades. Um número que só seria superado 40 anos depois, em Barcelona.
Quatro anos volvidos, na ‘distante’ Melbourne, Portugal apenas colocou 12 atletas, em contraste com os 65 de Roma1960, para um recorde de 12 modalidades. Os velejadores Mário e José Quina selaram a segunda prata lusa.
Nas edições seguintes, o número de portugueses baixou substancialmente, com 21 em Tóquio (1964), 20 na Cidade do México (1968), 29 em Munique (1972), 19 em Montreal (1976) e 11, apesar do boicote norte-americano, em Moscovo (1980).
Os resultados nestes cinco eventos foram prejudicados com a escassa representatividade, salvando-se a presença no Canadá, com duas medalhas de prata, de Carlos Lopes nos 10.000 metros e Armando Marques no fosso olímpico (tiro).
Em 1984, numa edição marcada pelo boicote dos países de Leste, como resposta ao impulsionado quatro anos antes pelos Estados Unidos, Portugal contou com 38 atletas e somou, finalmente, o seu primeiro título olímpico.
Carlos Lopes fez soar ‘A Portuguesa’ em Los Angeles, ao vencer a maratona, numa edição em que a representação lusa somou mais duas medalhas de bronze no atletismo, por António Leitão (5.000 metros) e por Rosa Mota, que se tornou a primeira mulher portuguesa medalhada, ao ser terceira na maratona.
O número de portugueses ‘disparou’ para 66, de 13 modalidades, em Seul, na Coreia do Sul, de onde chegou o segundo ouro e primeiro no feminino, obra, novamente, de Rosa Mota, vencedora da maratona.
Em Barcelona (1992) e Atlanta (1996) assistiu-se a uma verdadeira ‘romaria’ portuguesa, com 101 atletas na Catalunha, sem resultados à altura, e 107 nos Estados Unidos, onde Fernanda Ribeira selou o terceiro ouro luso, nos 10.000 metros, e a vela regressou ao pódio, 36 anos depois, com o terceiro lugar de Hugo Rocha e Nuno Barreto na classe 470.
Nas últimas quatro edições, a representatividade baixou, mas Portugal não mais falhou as medalhas — a edição de 1992 foi a última em ‘branco’ –, com duas medalhas de bronze em Sydney (2000), com 62 atletas, e duas pratas e um bronze em Atenas (2004).
Em Pequim (2008), Nelson Évora (triplo salto) e o atletismo selaram o quarto outo para Portugal, que levou 77 atletas à China e menos um a Londres (2012), onde a delegação lusa foi salva pela prata dos canoístas Emanuel Silva e Fernando Pimenta (K2 1.000 metros).
No Rio2016, uma delegação de 92 atletas, incluindo 18 futebolistas, voltou a conseguir só uma medalha, de bronze, por intermédio de Telma Monteiro (-57 kg).
O atletismo é, de forma destacada, a modalidade portuguesa que mais praticantes teve nos Jogos, proporcionando o estatuto de ‘olímpicos’ a 166 atletas, que valeram os quatro ouros, mais duas pratas e quatro bronzes.
Nos lugares imediatos, mas a grande distância, surgem a natação, com 74, e a vela, com 71.