“Os primeiros Jogos Olímpicos, tanto meus como do Rui (Costa), foi em Londres, e aqui terminámos em Paris, provavelmente os nossos últimos Jogos Olímpicos. Mas saímos acho que de cabeça erguida. Infelizmente, as coisas não correram como nós esperávamos, é verdade. Esperávamos dar outra alegria aos portugueses, mas infelizmente não foi possível”, começou por dizer o primeiro ‘diplomado’ português na capital francesa.
Sétimo no contrarrelógio há uma semana, Nelson Oliveira foi hoje 33.º na prova de fundo, a 03.42 minutos do vencedor, o belga Remco Evenepoel.
“Demos o nosso melhor e tentámos tudo para sair daqui bem e saímos, acho eu. (…) A ideia era tentar ajudar o Rui no máximo possível, infelizmente ele teve um pequeno furo na parte final, conseguiu terminar, mas é assim o ciclismo, por vezes as coisas não saem como a gente deseja”, lamentou.
O recordista de participações olímpicas no ciclismo português — tem quatro — reconheceu que “as coisas seguramente podiam ter corrido melhor hoje”, no entanto “as sensações não foram as melhores”.
“Mas sei que deixei tudo na estrada, não podia ter feito melhor”, assegurou, assumindo que o seu objetivo sempre foi conquistar o diploma no contrarrelógio, além de tentar ajudar Costa, que hoje foi 46.º, “o máximo possível”.
Depois de ter parabenizado Evenepoel, que na sua opinião já se tornou “uma lenda”, Oliveira agradeceu aos portugueses pelo apoio que deram à dupla lusa do ciclismo de estrada nestes Jogos Olímpicos.
“As emoções são fortes aqui, sobretudo em Paris. O público foi extraordinário e um ambiente brutal. Resta chegar a casa”, onde não vai há seis semanas, acrescentou.
Emocionado, ‘Nelsinho’ revelou que os olhos ‘embaciados’ se deviam ao cansaço, mas também às emoções e ao sentimento de dever cumprido.
“São os meus últimos Jogos Olímpicos e desfrutei sobretudo da atmosfera que havia em Paris. O público foi uma coisa extraordinária, emoções muito fortes que passei neste último circuito, por serem provavelmente as minhas últimas Olimpíadas”, confessou.
Aos 35 anos, o ciclista de Vilarinho do Bairro (Anadia) concedeu que não sabe se a sua história olímpica termina aqui, mas mostrou-se convencido de que, como ciclista, Paris2024 marcará a sua despedida.
“O futuro o dirá e vamos seguir trabalhando”, concluiu.