“Tomei a decisão de jogar no Inter Miami. Ainda não está fechado a 100%, faltam algumas coisas, mas decidimos seguir esse caminho. Se não ia para Barcelona, queria sair da Europa, mudar de foco e pensar mais na família", explicou o ‘astro’ em entrevista aos jornais Sport e Mundo Deportivo, confirmando que o futuro deve passar pelo clube presidido e em parte detido pelo antigo ‘astro’ inglês David Beckham.
O atacante, formado no Newell’s Old Boys e no FC Barcelona e que jogou na equipa principal dos catalães entre 2004 e 2021, vai conhecer novo capítulo na carreira após dois anos na capital francesa, coroados com o título nacional de França em duas temporadas e uma Supertaça, tendo cumprido 75 jogos e marcado 32 golos pelo PSG.
Fica para trás o clube da capital, financiado pelo qatari Nasser al-Khelaifi, em que partilhava o ataque com Neymar e Mbappé mas no qual passou “um primeiro ano muito difícil” e um segundo, também complicado “no geral” em que esteve “muito bem nos primeiros seis meses”, parando depois para o Mundial, após o qual, garante, queria “acabar de outra forma”.
Messi, de 35 anos, é considerado um dos melhores futebolistas de todos os tempos, somando sete Bolas de Ouro, um recorde, tendo guiado a seleção da Argentina à vitória, como capitão, no Mundial2022 no Qatar, depois de já ter conquistado a Copa América, em 2021.
Nascido em Rosario em 1987, ‘La Pulga’ fez carreira como um dos melhores de sempre entre a frente de ataque e o meio campo ofensivo, começando como extremo antes de jogar sobretudo pelo meio.
O pé esquerdo do argentino foi a principal fonte de centenas de golos e assistências, com o capítulo no ‘Barça’ como mais emblemático: rendeu quatro Ligas dos Campeões (2006, 2009, 2011 e 2015), 10 Ligas espanholas e inúmeros outros títulos, como três Mundiais de Clubes.
Foram mais de 650 golos, e quase 800 os jogos, nos ‘culés’, em paralelo com uma carreira internacional com 102 golos e 174 jogos, a caminho de uma Copa América e duas finais do campeonato do Mundo, uma perdida e outra ganha, já no Mundial2022 no Qatar.
Quando assinar, descobrirá novo capítulo no clube detido por Beckham, o primeiro grande ‘troféu’ da ‘MLS’ como é hoje conhecida, a que se seguiram depois nomes como o sueco Zlatan Ibrahimovic ou o português Nani.
Antes, os Estados Unidos já tinham atraído nomes como o neerlandês Johan Cruyff, o brasileiro Pelé ou o luso Eusébio, noutros tempos, seguindo agora nova estratégia de captação de talentos.
Encontrará um plantel de poucos nomes ‘sonantes’, nos quais se destacam o norte-americano DeAndre Yedlin e o venezuelano Josef Martínez e com um treinador interino, Javier Morales, um argentino que substitui, para já, o inglês Phil Neville.
O emblema de Miami está em último na Conferência Este e longe dos lugares de play-off de disputa do título nacional, ainda que o campeonato decorra em conjunto com o ano civil.
O regresso do avançado, herdeiro de Maradona, a Camp Nou era intensamente falado na imprensa espanhola e internacional.
“Tinha muita vontade e ambição de poder voltar, mas depois de viver o que vivi, e da saída que tive, não queria cair outra vez no mesmo, de esperar o que acontecia e deixar o meu futuro em mãos alheias”, explicou Messi.
Esse reencontro com os ‘culé’, não se concretizou, conhecendo o atacante um novo clube, um novo país e uma nova realidade, seguindo as pisadas do antigo companheiro de seleção Gonzalo Higuaín, que ‘aterrou’ em Miami em 2020.
Descartado fica, de igual forma, um novo capítulo na rivalidade com Cristiano Ronaldo, com quem protagonizou um longo período de domínio da disputa dos prémios individuais, quando este estava no Manchester United e depois, sobretudo, no Real Madrid, ‘alimentando-se’ um e outro da mesma para marcar mais golos, conseguir mais títulos e chegar mais longe.
Ronaldo está no Al Nassr, da Arábia Saudita, nação que tem apostado em ‘estrelas’ como Karim Benzema para mudar a geografia do futebol, e a mudança de Messi para este país foi outra das possibilidades aventadas.
Rejeitou as propostas sauditas porque, diz, não é o dinheiro que o motiva, assim como “outros clubes europeus” que lhe apresentaram ofertas, porque o único clube no continente seria o ‘Barça’, saindo da Europa depois do título mundial para “viver a Liga norte-americana de futebol de outra maneira e desfrutar mais do dia a dia”, com “a mesma responsabilidade de querer ganhar”.