Vasco Seabra (Treinador do Marítimo): "Falar de justiça ou injustiça é muito difícil no futebol. Vocês sabem disso tão bem quanto eu. Há 15 dias, eu estava aqui a dizer aquilo que me ia na alma, e que era o meu sentimento também, e senti que, de facto, não tínhamos sido proativos, não tínhamos procurado inverter aquilo que nos tinha acontecido mesmo depois de ter estado a ganhar (frente ao Desportivo de Chaves).
No dia de hoje, é daquelas derrotas que custam mesmo muito. Primeiro, pela atitude dos jogadores, pela forma como se entregaram às coisas. Hoje não ganhámos, mas a equipa lutou muito para o conseguir.
Penso que concedemos muito pouco ao adversário, tirando os últimos cinco minutos, em que estávamos completamente balanceados. Tirando isso, acho que concedemos mesmo muito pouco. A equipa procurou jogar para a frente, com alguma ansiedade, é um facto, e nem sempre bem jogado porque o relvado não está fácil quando a gente precisa de acelerar o jogo, com drible, saída, como é o perfil dos nossos jogadores.
(Condições do relvado) Não sou um especialista em relvados. Agora, é problemático, pois nós não conseguimos travar. Os nossos jogadores querem acelerar, querem travar – e não estou com isto arranjar desculpas pela derrota – e é uma evidência que o relvado levanta com muita facilidade e até nos remates o pé de apoio não consegue aguentar na relva e isso dificulta os remates enquadrados ou com força.
(Se sente o lugar em risco) Serei sempre a solução para o Marítimo e para onde estou. Não vivo agarrado a absolutamente nada, só à dedicação ao meu trabalho e por isso sinto-me tranquilo comigo mesmo. A contestação é uma coisa natural, pois tenho a certeza que se a gente ganhar três jogos seguidos, chegamos aqui e somos aplaudidos".
Paulo Sérgio (Treinador do Portimonense): "Tinha advertido os jogadores para não acreditarem em qualquer tipo de facilidade, porque houve muita conversa durante a semana sobre o mau momento do Marítimo. A minha advertência foi no sentido de pensarem que o Marítimo com três jornadas decorridas perdeu com o FC porto e com o Sporting de Braga, não vai haver muitas equipas a bater estes dois adversários.
A minha equipa entrou bem no jogo, muito serena e conseguiu ligar algumas boas jogadas. À medida que o tempo foi passando tornou-se cada vez mais difícil, porque este relvado não ajuda ninguém. Então para uma equipa como o Marítimo que está a jogar em casa e, ainda por cima, porque marcámos primeiro tinha que dar a volta.
O relvado não ajuda ninguém, num estádio tão bonito, com umas condições fantásticas. É pena que este relvado não esteja à altura da competição neste momento, espero que venha a estar.
Na segunda parte, foi um jogo feio, com muito passe errado, muita bola errada. Os próprios jogadores tinham dificuldade em arriscar porque os apoios movem-se. O nosso guarda-redes tem um pontapé muito colocado e assertivo e hoje não saiu um.
Acho que fizemos pela vida e soubemos, com personalidade, levar os três pontos daqui.
Estamos muito satisfeitos (com as três vitórias no arranque do campeonato), obviamente, não vamos ser hipócritas, o campeonato faz-se é de pontos, mas com muita humildade, porque ainda vamos ter muitos dissabores pela frente".