O conjunto do Funchal protagonizou no início da época uma verdadeira revolução no plantel, com 16 saídas e 13 contratações, incluindo nestas contas os empréstimos de Jorge Sáenz pelo Valência, Ricardinho pelo Grémio e Guitane pelo segundo ano, desta vez pelos franceses do Stade de Reims.
A temporada arrancou sob a orientação de Julio Velázquez, o técnico que salvou os insulares da descida na temporada transata, mas que durou apenas até à 11.ª jornada.
Foram sete o número de pontos amealhados sob a batuta do treinador espanhol, fruto de uma vitória, quatro empates e uma derrota, até que uma verdadeira reviravolta se deu no clube insular.
Em 23 de outubro de 2021, Rui Fontes, de 68 anos, foi eleito presidente, com 65% dos votos, sucedendo a Carlos Pereira, que dirigia o emblema madeirense há 24 anos.
O atual dirigente compartilha a gestão do clube com João Luís, que ficou responsável pela SAD, e encontraram em Vasco Seabra a solução para suceder a Julio Velázquez.
O treinador de 38 anos foi responsável por uma verdadeira metamorfose, não só no plantel, mas em tudo o que o rodeava, aumentando o número de assistência de jogo para jogo (máximo em casa foi de 9.102, 86% da ocupação).
Os jogadores que mais se destacaram já se encontravam no clube – visto o emblema não se ter reforçado em janeiro -, mas ganharam ‘outra vida’ com o técnico natural de Paços de Ferreira, nomeadamente, Rafik Guitane e Beltrame.
O franco-argelino tornou-se uma peça fundamental para Vasco Seabra, que fez sobressair as qualidades do médio, já há muito anunciadas. O atleta italiano, que também atua no ‘miolo’, ingressou no Marítimo em janeiro de 2021, mas esteve vários meses a recuperar de mazelas físicas, tendo o seu regresso ao ativo coincidido com a entrada do novo técnico.
Nas 22 partidas com Seabra, o conjunto insular amealhou um total de 31 pontos, fruto de oito vitórias, sete empates e sete derrotas e selou tranquilamente as contas da manutenção a quatro rondas do fim, o que só não aconteceu mais cedo devido a um ciclo menos conseguido de quatro jogos sem vencer e seis sem festejar triunfos dentro de portas.
O Marítimo acabou por conseguir ficar no ‘top 10’, feito que escapava há três temporadas.
Lusa