“Depois de um período de cerca de dois anos em que estivemos confinados, temos assistido a um aumento da violência no desporto em geral e no futebol em particular. Temos vindo a trabalhar com a tutela, com a área da Administração Interna, no sentido de criar condições para enfrentar este fenómeno, que não acontece só em Portugal. Infelizmente, temos assistido no México, Espanha e França, é um fenómeno transversal que nos preocupa muito”, disse, em declarações à agência Lusa.
Pedro Proença revelou que a Liga de clubes solicitou uma reunião à Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto (APCVD), que se vai realizar na quarta-feira, com o objetivo de apresentar um conjunto de propostas que pretendem “reduzir os atos de violência”.
“Existem três vetores que temos de tratar de forma séria e célere. O primeiro é a forma como monitorizamos a tipologia de adeptos que temos hoje nos estádios de futebol e temos de encontrar uma fórmula, o segundo tem a ver com as vistorias dos adeptos, que entram nos estádios com vários artefactos que, de alguma forma, criam violência, e, em terceiro, o agravamento das penalizações para quem infringe um quadro de deve ser de bom comportamento nos recintos desportivos”, explicou.
O presidente da LPFP defendeu que estes são fatores fundamentais e que obrigam a uma reflexão “ponderada, mas célere”, referindo que se trata de uma "responsabilidade coletiva".
“Trata-se de um processo de construção coletivo, que deve envolver a Liga, os clubes e o Governo. A nossa responsabilidade obriga a que lideremos este processo, não é só responsabilidade da Administração Interna, nem dos dirigentes do futebol, é uma responsabilidade coletiva”, referiu.
Pedro Proença garantiu que o organismo está preocupado com o aumento de casos, defendendo que é necessário combater a violência, bem como o racismo, a intolerância ou a xenofobia.
“O período de transição, em que estamos a aguardar pela tomada de posse do executivo, tem criado dificuldades, mas com a tomada de posse do novo executivo estão criadas as condições para fazermos um trabalho estrutural e que responda às necessidades”, defendeu.
Lusa