A prova foi ganha pelo neerlandês Max Verstappen (Red Bull), com 12,594 segundos de vantagem para o australiano Oscar Piastri (McLaren), segundo classificado, e 16,572 para Lando Norris.
Verstappen partia com 12 pontos de atraso para o britânico, que chegou a esta última ronda da temporada na liderança do campeonato, sabendo que lhe bastava ser terceiro para ser campeão sem ter de se preocupar com os resultados nem de Verstappen nem de Piastri – este último tinha 16 pontos de atraso para o líder.
Com quatro títulos no bolso nas últimas quatro temporadas, Max Verstappen vinha numa trajetória ascendente, depois de ter estado a 104 pontos do primeiro lugar após o GP dos Países Baixos, 15.ª ronda da época.
De então para cá, Verstappen venceu seis das nove corridas realizadas, recuperando 102 dos 104 pontos que tinha de desvantagem, ameaçando um feito único na história da Fórmula 1, pois nunca um piloto tinha sido campeão face a uma distância tão grande.
Mas os erros cometidos na primeira metade da temporada custaram caro ao tetracampeão, que partiu da pole position em Abu Dhabi.
Com Norris a largar do segundo lugar da grelha, Verstappen fez um bom arranque e tratou de bloquear qualquer tentativa de ultrapassagem por parte do britânico que, à oitava curva, se deixou surpreender pelo australiano Oscar Piastri, que vinha da terceira posição da grelha e chegou ao segundo lugar com uma ultrapassagem pelo lado exterior da curva.
O terceiro lugar era o último que permitia a Norris ainda ser campeão sem depender de outros resultados, pelo que, a partir daí, o britânico comprometeu-se com essa posição.
Atrás de si, o único que ainda ameaçou dar alguma luta foi o monegasco Charles Leclerc (Ferrari), mas, apesar de ter tido um bom ritmo em determinados momentos da corrida, nunca conseguiu entrar verdadeiramente na luta pelo pódio.
As estratégias de corrida entre o trio de candidatos ao título também foi diferente, com Norris a ser o primeiro a parar nas boxes para trocar de pneus logo na volta 17 das 58 previstas.
Essa paragem fê-lo reentrar em pista no meio do pelotão e atrás de pilotos como o francês Isack Hadjar (Racing Bulls) ou o japonês Yuki Tsunoda (Red Bull), que fez hoje a última corrida na Fórmula 1.
Se Hadjar não causou grandes constrangimentos a Norris, Tsunoda foi avisado pela equipa que o britânico vinha na sua traseira. O japonês vagueou pela pista e acabou por forçar Lando Norris a passar já para lá das linhas delimitadoras da pista, sendo que a manobra foi investigada pelos comissários e ainda pairou a ameaça de uma penalização de cinco segundos para Norris.
No entanto, Tsunoda foi o único a sofrer consequências (cinco segundos) pela trajetória errática.
“Não fazia ideia do que se estava a passar, mas estava tranquilo porque sabia que não tinha feito nada de errado”, frisou o novo campeão, já após cruzar a meta.
Esse momento, na volta 24 das 58, foi o mais quente da corrida que, daí em diante, pouca mais emoção teve até à bandeirada de xadrez, que fez o piloto de 26 anos desabar em lágrimas.
“Pareço um falhado. Foi uma longa jornada”, disse, já no final, e depois de agradecer à família, à equipa e a todos os que o apoiaram.
Lando Norris é o 35.º piloto diferente a conquistar um título de Fórmula 1, sucedendo a Max Verstappen, campeão consecutivamente desde 2021.
“É incrível. Quero felicitar o Max e o Oscar. É um prazer correr contra eles os dois. Diverti-me, foi um longo ano, mas conseguimos. Estou satisfeito”, disse Norris, que termina o campeonato com 423 pontos, mais dois do que Verstappen e 13 face a Oscar Piastri.
O britânico ainda dialogou com o Verstappen sobre a influência dos novos regulamentos técnicos que vão modificar o desempenho dos monolugares: “Vamos ver o que conseguimos fazer no próximo ano”.
Desde 2008 que a McLaren não juntava o título de pilotos ao de construtores, na altura com Lewis Hamilton.
Norris termina a temporada com sete vitórias (menos uma do que Verstappen), mas vence pela regularidade ao longo da temporada, esperando-o agora uma “longa noite” de festejos.
Lusa