“Para os menos atentos à canoagem, poderemos surpreender com o resultado que todos desejamos. O que mais queremos são as medalhas, só estas que contam. É o que temos no nosso pensamento. Muita gente acredita em nós e sabe que podemos desafiar as equipas favoritas. É com esse objetivo que vamos. Lutar pelo pódio”, garantiu à Lusa João Ribeiro.
A dupla, que faz equipa com Messias Baptista e David Varela, recorda que este K4 500 “já deu alegrias a Portugal, através do apuramento olímpico que poucos acreditavam”, com Emanuel Silva a destacar o momento de viragem na tripulação, “com a chegada do treinador Rui Fernandes”.
“Queremos sempre mais e melhor. Mais alegrias poderão vir. A ver. Se a sorte estiver do nosso lado, de certeza absoluta que vem aí um grande resultado”, acrescentou Emanuel Silva, já medalhado olímpico, em K2 1.000, em Londres2012, com Fernando Pimenta.
Emanuel recorda o quarto lugar nos II Jogos Europeus e na Taça do Mundo deste ano, bem com o sexto no Mundial de 2019 como desempenhos que alimentam a “confiança” do grupo.
“Que estes registos sejam agora convertidos em medalha. Se forem, vamos ficar todos muito contentes, senão, estaremos de cabeça erguida, sabendo que fizemos tudo para sair daqui com um grande resultado. Prometer medalhas, é fácil. O complicado é conquistá-las. Todos andam à procura do mesmo”, lembrou.
A competição vai contar com 11 nações, contudo João Ribeiro recordou que praticamente todas integram o lote das melhores do planeta, pois os mundiais qualificavam sete.
“Todos têm muito valor, para estar cá num grupo tão restrito. Alemanha e Espanha têm sido um pouco mais consistentes, mas acreditámos que estamos num lote de quatro ou cinco barcos capazes de lutar pelo bronze, ou surpreender com algo mais, pois tudo pode acontecer”, acrescentou João Ribeiro.
Emanuel Silva garante que no K4 500 luso “ninguém menospreza qualquer adversário”, contudo também afiança que a embarcação portuguesa está “bem ciente do valor e potencial” que tem em competição.
O problema renal que afetou Emanuel Silva está totalmente ultrapassado, embora lamentem o facto de a equipa não poder ter feito o último exame, durante os Europeus, quando se verificou o imprevisto de saúde.
“Não somos favoritos, mas na regata das medalhas podem contar com um K4 forte, empenhado e que trabalhou mais de 250 dias fora de casa para vir cá conseguir um bom resultado. Quem não nos conhece, vai ver a nossa fibra a competir”, concluiu Emanuel Silva.
O K4 500 metros português entra em ação sexta-feira às 10:14 (02:14 horas de Lisboa), numa séria que conta com o campeão do mundo, a Alemanha, o seu maior rival na luta por um dos dois lugares de acesso direto às meias-finais de Tóquio2020.
Além dos germânicos, campeões olímpicos em K4 1.000 – entretanto substituídos pelos 500 metros -, a Bielorrússia surge como o outro aspirante mais forte, sendo que, em teoria, Austrália, Japão e China estão num nível inferior.
Portugal contabiliza quatro medalhas, uma de ouro, de Pedro Pichardo, no triplo salto, uma de prata, de Patrícia Mamona, igualmente no triplo, e o bronze do judoca Jorge Fonseca (-100 kg) e do canoísta Fernando Pimenta (K1 1.000 metros).
Pichardo tornou-se hoje o quinto campeão olímpico português, sucedendo a Carlos Lopes (maratona de Los Angeles1984), Rosa Mota (maratona de Seul1988), Fernanda Ribeiro (10.000 metros de Atlanta1996) e Nélson Évora (triplo salto de Pequim2008).