Numa recomendação ao juiz responsável pelo caso, o magistrado Daniel Albregts culpou o advogado de Kathryn Mayorga, Leslie Mark Stovall, de basear de forma inadequada o processo por danos civis em documentos confidenciais roubados que mostravam comunicações entre Ronaldo e os seus advogados.
"Rejeitar o caso de Mayorga pela conduta inadequada do seu advogado é uma consequência difícil", destacou o magistrado no seu relatório de 23 páginas dirigido à juíza Jennifer Dorsey, citado pela agência AP.
Albregts referiu que o tribunal não tomou nenhuma decisão sobre se Ronaldo cometeu um crime e não encontrou evidências de que os seus advogados "intimidaram Mayorga ou impediram a aplicação da lei" quando a ex-modelo retirou as acusações criminais e aceitou o acordo confidencial, no valor de 375 mil dólares, em agosto de 2010.
A notícia deste acordo financeiro foi tornada pública pelo meio de comunicação alemão Der Spiegel, num artigo publicado em 2017 intitulado ‘Segredo de Cristiano Ronaldo’ com base em documentos obtidos na plataforma digital Football Leaks.
E Stovall "agiu de má fé ao pedir, receber e usar os documentos do Football Leaks para avançar com o caso de Mayorga".
Albregts rejeitou ainda o argumento de Stovall de que o uso dos documentos era justificado porque não foi o advogado quem os roubou e não podia provar que foram roubados.
O magistrado recomendou que a juíza rejeite também a alegação de Stovall de que, porque Mayorga tinha dificuldades de aprendizagem quando criança e foi pressionada pelos representantes de Ronaldo, ela não tinha capacidade mental para assinar o acordo de confidencialidade em 2010.
O Tribunal de Apelações do 9.º Circuito dos EUA em São Francisco decidiu no início do ano que caberia a Jennifer Dorsey decidir sobre esta questão.