"Estamos com cerca de 40 mil testes realizados, quando estamos praticamente a meio de uma época desportiva, e registamos que apenas 15% das pessoas que intervêm na organização testaram positivo", avançou a diretora executiva da LFPF, Helena Pires, num ‘webinar’ integrado no programa da Taça da Liga, cuja ‘final four’ se realiza em Leiria.
Para a responsável da Liga, "o futebol profissional soube corresponder ao que eram as exigências da sua retoma", indo "para além do que lhe é exigido".
"Criou as medidas que tinha de criar, cumpriu-as escrupulosamente e criou um código de conduta específico que potenciou que o futebol se mantenha (em atividade) e se mantenha seguro", disse a diretora executiva, lembrando que Portugal foi "a segunda liga a retomar as suas competições".
O volume de testes exigido "é um custo enorme para as sociedades desportivas", reconheceu Helena Pires, mas é "a única forma de garantir a continuidade do futebol".
O pneumologista Filipe Froes, consultor da LPFP, entende que neste momento há dois campeonatos a decorrer.
"O campeonato de futebol normal e o campeonato covid. Neste campeonato, temos todas as equipas a lutar contra a covid. Este espírito de que há um adversário comum, que é a covid, vai-nos fazer crescer e melhorar a segurança do desporto", disse.
Para o especialista, o futebol é exemplo de que é "possível manter uma atividade mesmo em pandemia, assente em princípios de coerência, responsabilidade e cidadania".
"O futebol não é responsável por nenhum caso de transmissão na comunidade através da prática desportiva. Os casos que encontramos no futebol, muitas vezes são casos que vêm da comunidade para o futebol", explicou Filipe Froes, revelando que os clubes "já estão a fazer (um número de) testes que ultrapassam os solicitados".
Tal acontece porque os clubes "perceberam a importância do investimento na segurança para manutenção do seu ativo mais importante, que são os jogadores capazes de desempenharem as suas funções", assegurando dessa forma "o que todos queremos: a continuação do campeonato de futebol".
A diretora da Liga minimizou o impacto do número de testes positivos em atletas, técnicos e restante elementos de equipas nacionais, considerando que "o mediatismo do futebol provoca toda esta dimensão que é dada a um ou outro caso que vai surgindo".
"Queremos continuar a ser um exemplo para a sociedade e não podemos deixar de cumprir o que nos propusemos. Não podemos baixar o grau de exigência, temos de mostrar o porquê de termos a competição a rolar", concluiu Helena Pires.