Com a presença da ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes, os presidentes da FPF, Fernando Gomes, e da CIG, Sandra Ribeiro, firmaram um compromisso para estreitar a colaboração entre as duas entidades e promover um ambiente desportivo mais justo e igualitário.
“Serve este protocolo para assumir o compromisso de construir uma sociedade mais justa, paritária e igualitária. Sabemos, como a maior federação desportiva nacional que somos, que sobre nós não pesam apenas responsabilidades desportivas, mas também responsabilidades éticas. A FPF, com a ajuda da CIG, vai continuar a promover uma participação equilibrada e não discriminatória de homens e mulheres no futebol”, afirmou Gomes.
Na ocasião, o líder federativo, reconhecendo liderar um organismo com “responsabilidades desportivas, mas também responsabilidades éticas”, comprometeu-se em reforçar na formação dos seus agentes os valores da igualdade entre homens e mulheres, assim como o respeito pela orientação sexual e identidade de género.
“Vamos continuar a prevenir e combater qualquer forma de discriminação. Vamos promover o crescimento sustentado do futebol e do futsal no que diz respeito a equipas femininas e lutar pela promoção da igualdade remuneratória entre mulheres e homens”, rematou.
Realçando a “visibilidade que as raparigas e mulheres que jogam futebol têm agora”, Sandra Ribeiro apontou a vontade de “reforçar esta parceria em várias áreas, designadamente na capacitação e na formação”: “Temos de desenhar ações de sensibilização, porque queremos ir além do futebol, é um setor importante, mas queremos abranger todo o desporto com esta onda de igualdade”.
“A FPF estava debaixo do nosso olho, porque tem desenvolvido um trabalho muitíssimo interessante ao nível de visibilidade do futebol feminino, por exemplo, mas não é só nas questões da igualdade entre homens e mulheres, é também na defesa das pessoas LGBTI, e, para nós, era muito importante trabalharmos com a FPF. Estamos muito contentes, também porque hoje é o Dia Internacional dos Direitos Humanos, portanto é muito simbólico este momento”, detalhou a presidente da CIG, à margem da cerimónia.
Margarida Balseiro Lopes concordou que este “foi um dia feliz”, pela coincidência com esta data, por serem sobre Direitos Humanos as questões da igualdade de género, elogiando o pioneirismo da FPF, desejando que este seja apenas o primeiro acordo deste tipo com federações desportivas nacionais.
“Tendo em conta a centralidade do futebol no desporto e na sociedade portuguesa, esperamos que tenha um efeito multiplicador e este protocolo vai nesse sentido, tendo compromissos com a igualdade, o combate a todas as formas de discriminação, a todas as formas de desigualdade e de estereótipos”, explicou a ministra da Juventude e Modernização.
No seu discurso, Fernando Gomes recordou alguns números do futebol no feminino, comparando as cerca de seis mil jogadoras em 2011, quando chegou ao cargo, para as mais de 20 mil atualmente, mas também a presença em fases finais, com a terceira no Europeu assegurada recentemente pela seleção nacional, à qual se junta a inédita presença no Mundial, salientando ainda “outras áreas de responsabilidade social da FPF”.
“Não podemos ter jogadores e jogadoras com medo de assumir, no balneário ou fora dele, a sua sexualidade; não podemos permitir esta ou qualquer outra espécie de discriminação no futebol. Neste dia em que celebramos os Direitos Humanos, numa sociedade em que a empatia e a tolerância para com a diferença parecem perder cada vez mais valor, temos de usar o futebol como instrumento de desenvolvimento social”, concluiu Gomes.
Lusa