Arbitragem portuguesa conhece mais um momento alto com a nomeação da dupla da Madeira.
Os árbitros portugueses Duarte Santos e Ricardo Fonseca acabam de ser nomeados para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Depois de terem marcado presença no Campeonato do Mundo do Catar 2015 e no Campeonato da Europa da Polónia 2016, são chamados à competição de topo do desporto mundial – os Jogos Olímpicos.
Colhemos a primeira reação a esta nomeação junto do presidente do Conselho de Arbitragem, António Marreiros.
«Era uma notícia que aguardava, que estava em segredo e que corresponde ao cumprimento do objetivo mais nobre e mais alto que colocámos há quatro atrás quando iniciámos o primeiro mandato à frente do Conselho de Arbitragem».
Para além do reconhecido valor de Duarte Santos e Ricardo Fonseca, esta nomeação implicou muito acompanhamento por parte de muitos agentes ligados à modalidade.
«É um trabalho de equipa. O Conselho de Arbitragem funcionou como tal. Marcámos os Jogos Olímpicos como a primeira prioridade. Houve uma ligeira ‘décalage’ em relação às datas de publicação da noticia, que queríamos já ter sido possível há um mês atrás, quando foi divulgada a primeira lista provisória. Mas depois funcionou também a diplomacia desportiva», revela António Marreiros para depois salientar.
«Se Duarte Santos e Ricardo Fonseca, que estiveram no último Europeu e no último Mundial, não fossem nomeados para os Jogos estaria cometer-se uma enorme injustiça», diz o presidente do CA.
«Porque eles trabalharam muito, do primeiro ao último minuto, focados neste objetivo e no enquadramento que lhes foi pedido pelo CA».
A terminar, António Marreiros não escondeu a sua satisfação.
«Ainda estou um pouco arrepiado… Mas feliz por esta noticia. Quero deixar bem claro que esta nomeação é o reconhecimento por um trabalho de equipa. De uma vasta equipa que vai desde os meus colegas do CA a todos os árbitros que trabalham muito. Desta vez, esse trabalho de todos reverteu em favor desta dupla que tenho a certeza que nos vai representar a todos e fazer um excelente trabalho».
DUPLA QUER FAZER DE CADA JOGO UMA FINAL
«Surpresa, surpresa, não posso dizer que foi… Mas a duas semanas dos Jogos …». Assim reagiu Duarte Santos quando questionado se esta nomeação o tinha apanhado de surpresa.
«Tínhamos vindo a fazer um trabalho tendo em vista os Jogos Olímpicos. Quando a nomeação provisória saiu há dois meses atrás não estávamos na primeira lista, mas continuámos a trabalhar», reconhece Duarte Santos.
«E esta nomeação acaba por ser o reconhecimento do trabalho que estivemos a fazer. Continuámos a trabalhar para esta nomeação, a esperança é a última a morrer… Mas foi uma surpresa muito bem-vinda. Vamos aproveitar esta oportunidade. Vamos com tudo, como se costuma dizer…», garante Duarte Santos.
Quanto a Ricardo Fonseca, foi claro quando lhe perguntámos qual o estado de espírito que o assola neste momento, após ter recebido a nomeação para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
«É uma pergunta de resposta óbvia… Estou muito satisfeito. Isto é o expoente máximo de qualquer agente desportivo, de qualquer modalidade – é estar nos Jogos Olímpicos!», refere Ricardo Fonseca.
«O nosso objetivo foi sempre trabalhar para fazer …sempre o melhor. Se o trabalho foi suficiente para chegar onde chegamos é a concretização do objetivo. Mas fazemos sempre o melhor em cada competição em que participamos seja a nível regional, nacional ou internacional», assegura Ricardo Fonseca.
Garantida a presença nos Jogos, seguramente que a dupla madeirense já começou a traçar novas metas.
«O próximo objetivo é dirigir cada jogo para que formos nomeados como se de uma final se tratasse. E ter os pés bem assentes na terra. Estamos no top 16 das melhores duplas mundiais. Vamos tentar concorrer com os melhores. Mas, repito, para nós cada jogo é uma fina e como tal a encararemos».
Para os torneios de Andebol (masculino e feminino) dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro foram nomeadas 16 duplas de arbitragem. 11 oriundas da Europa (três das quais femininas) e cinco do resto do Mundo.