O anúncio do regresso, feito pelo Governo, ainda que necessite de aprovação da Direção-Geral da Saúde (DGS), indica que o campeonato volta nos dias 30 e 31 de maio, para disputar as 10 jornadas restantes, após ter sido suspenso em 12 de março, por causa da pandemia de Covid-19.
“Não queria entrar em qualquer tipo de polémica, mas a forma como se está a construir esta retoma, neste modelo, neste momento, é muito mais a retoma das operações financeiras e do dinheiro que é preciso recuperar, atendendo ao que se poderia perder por não haver transmissões televisivas, do que propriamente o futebol. Neste momento, não se pode falar ainda de futebol”, confessou, em entrevista ao Canal 11.
A equipa insular regressou segunda-feira aos treinos, ainda que sem o treinador, pois José Gomes encontra-se ainda em quarentena, após ter chegado na semana passada à Madeira. O técnico ‘verde rubro’ acredita que existe possibilidade de realizar partidas no Estádio do Marítimo, nos Barreiros.
“Com todas as exigências que têm de ser feitas nestes cenários, eu não vejo qual seria a dificuldade de realizar jogos no nosso estádio, que tem excelentes condições, vários balneários com várias entradas. Na deslocação, feita de avião, a equipa, a viajar sozinha, está protegida de qualquer possibilidade de contágio, por isso, estou convencido de que vamos fazer os nossos jogos em casa no nosso estádio, na Madeira”, defendeu.
José Gomes considera o retorno aos relvados como uma “loucura” e um “desafio extraordinário” para os treinadores, revelando que, na próxima semana, o Marítimo vai trabalhar com grupos de mais jogadores abordando “questões mais complexas”, ao contrário dos seis grupos de quatro nestes primeiros dias, a focar em “princípios de tática individual”.
As datas de 30 e 31 de maio para a bola voltar a rolar são vistas como sendo muito cedo, pois o técnico do emblema madeirense aponta para as limitações, que fazem com que o ‘staff’ trabalhe com poucos jogadores juntos.
“Nós parámos sensivelmente o mesmo tempo ou até mais do que acontece no período de férias dos jogadores. Depois das férias no verão, os jogadores recomeçam todos juntos, a trabalhar, desde o primeiro treino, todos os princípios e subprincípios do que será o modelo de jogo e ainda se fazem jogos amigáveis”, lembrou.
Para o que resta do campeonato, José Gomes apontou o objetivo do Marítimo, que ocupa a 15.ª posição, com 24 pontos: “O que nós temos, como treinadores, de procurar potenciar é o tempo que temos para trabalhar todos estes princípios, para que a retoma dos jogos não possa demonstrar qualquer lacuna a esse nível. Aquilo que eu pretendo é que a dinâmica que estava a ser construída e melhorada se continue a ver, e ainda melhor, nos 10 jogos que faltam”.
C/Lusa