Incapaz de criar espaços através de um futebol apoiado, a seleção europeia decidiu o encontro num remate forte e colocado do avançado do Fenerbahçe, em resposta a lançamento longo de Alderweireld, ao minuto 44, no final de uma primeira metade em que a seleção da América do Norte ‘empurrou’ o jogo para a área belga, tendo desperdiçado um penálti.
Vitoriosa num jogo em que pouco criou a nível ofensivo, a Bélgica lidera o seu grupo, com três pontos, e mantém-se invicta nos seus jogos de abertura em mundiais desde 1986, precisamente a única edição em que participara até agora o Canadá, formação ainda sem golos na competição.
Elemento mais ofensivo dos ‘diabos vermelhos’, Batshuayi testou a atenção de Milan Borjan logo no primeiro minuto, mas o Canadá respondeu de imediato, por Stephen Eustáquio, um dos ‘representantes’ da I Liga portuguesa em campo, a par do colega Steven Vitória, defesa do Desportivo de Chaves.
O remate do médio do FC Porto, intercetado, precedeu um ascendente que se estendeu por toda a primeira parte, assente no trabalho do meio campo, nas sucessivas ‘arrancadas’ de Richie Laryea pela ala direita e na iniciativa de Alphonso Davies, ora na esquerda, ora a fletir para o meio.
Dinâmico com bola e intenso na pressão aos adversários, o Canadá, seleção no 41.º lugar do ranking da FIFA, chegou ao intervalo com 14 tentativas de golo contra quatro da seleção número dois, tendo desperdiçado a mais clamorosa ao minuto 11, na cobrança de uma grande penalidade.
Depois de Carrasco travar um remate de Buchanan com o braço, já no interior da sua área, em lance com intervenção do videoárbitro, Alphonso Davies viu Thibaut Courtois adivinhar o lado para o qual rematou e defender o penálti.
A seleção às ordens de John Herdman continuou a ‘mandar’ no jogo e ameaçou de novo a baliza contrária em remates de Johnston, ao minuto 30, e de Jonathan David, aos 31, num lance em que tinha Laryea isolado para alvejar a baliza, antes de o marcador ‘mexer’, mas a favor da seleção europeia.
Sem ‘engenho’ para se aproximar da baliza contrária, a não ser quando a bola ultrapassava o meio campo canadiano e De Bruyne encarava o trio defensivo canadiano, a Bélgica marcou após passe longo de Alderweireld para Batshuayi, que aproveitou a ‘clareira’ entre Steven Vitória e Miller para se enquadrar com a baliza e rematar certeiro, a meia altura.
Mesmo em vantagem, o selecionador Roberto Martínez trocou Carrasco por Meunier e Tielemans por Onana após o intervalo, mas a seleção belga continuou ‘apagada’ na manobra ofensiva, apesar de controlar com mais fôlego o ‘ímpeto’ adversário.
O Canadá manteve a postura da primeira metade, circulando várias vezes a bola nas imediações da área contrária, mas com menos ‘energia’, o que facilitou os contra-ataques belgas, quase sempre mal definidos, à exceção de um remate perigoso de Batshuayi, aos 67.
A equipa vestida de branco recuperou algum do discernimento perdido à medida que o selecionador John Herdman operou as substituições, em especial a de Hoilett por Larin, protagonista de dois cabeceamentos perigosos, aos minutos 80 e 86, mas insuficientes para reporem a igualdade.