Brasil e Espanha, Bélgica, Estónia, Hungria, México, Namíbia, Sérvia e Turquia são os países onde as ações vão prosseguir ao longo das próximas semanas, com exibição de filmes, lançamento de livros, leituras e a continuação da itinerância da exposição “Voltar aos passos que foram dados – José Saramago (1922-2022)”, segundo a informação hoje divulgada pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, no seu sítio na Internet, congregando iniciativas desenvolvidas em parceria com a Fundação José Saramago e instituições locais.
No Brasil, que soma cerca de duas dezenas de ações dedicadas a Saramago, desde o final do ano passado – um dos números mais altos, depois de Espanha, na ‘rede Camões’ – a Páginas Editora apresenta hoje, em Brasília, a coletânea “Todos os Saramagos”, no auditório Camões da Embaixada de Portugal.
O livro, organizado por Myrian Naves e Leida Reis, reúne textos de 30 autores brasileiros e portugueses, como a vencedora de três prémios Jabuti Maria Valéria Resende e a académica Maria Estela Guedes, sobre o universo do escritor.
Na Bélgica, os cem anos de Saramago, que hoje se completam, começaram a ser assinalados de véspera, com a inauguração do painel concebido pelo artista urbano português Nark, nas instalações do Centro Camões, em Bruxelas, e o escritor angolano Ondjaki a dirigir a sessão dos “Legados Saramaguianos”.
Hoje, na capital belga, abriu ao público a exposição “Voltar aos passos que foram dados”, que fica patente até dezembro. No dia 22, tem início um ciclo de cinema dedicado a Saramago e à sua obra, que inclui os filmes "José e Pilar", de Miguel Gonçalves Mendes, "Blindness", de Fernando Meirelles, e "O Ano da Morte de Ricardo Reis", de João Botelho.
Espanha, que soma perto de três dezenas de iniciativas desde o ano passado, com o envolvimento do instituto Camões, acolhe, até ao final do mês, o Grupo de Leitura “Jangada de Pedra”, com o Decanato da Faculdade de Filologia da Universidade de Santiago de Compostela.
Os ciclos de cinema, envolvendo filmes como “O ano da morte de Ricardo Reis”, “José e Pilar”, “Blindness”, “Embargo”, de António Ferreira, e “O Homem Duplicado”, de Denis Villeneuve, decorrem ao longo de todo este mês em cidades da Estónia, Hungria, Sérvia, México e Namíbia, depois de já terem passado por mais de uma centena de cidades.
Na capital daquele país africano, Windhoek, também está patente a exposição "Voltar aos passos que foram dados", que permanecerá aberta ao público até ao final do mês, como acontece em Istambul, na Turquia, enquanto na cidade universitária de Tartu, na Estónia, estará disponível a partir de 02 de dezembro.
A mostra, que percorreu os cinco continentes, será inaugurada no final do mês no Centro Universitário de Ciências Sociais e Humanidades de Guadalajara, no México, numa manifestação paralela à 36.ª edição da Feira Internacional do Livro. O segundo maior certame mundial do mercado livreiro, depois de Frankfurt, na Alemanha, reserva ainda um programa próprio ao escritor.
A exposição dá continuidade ao desafio lançado pelo escritor, no termo do livro “Viagem a Portugal”: “É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles.” Tem design de André Letria e conceção do professor Carlos Reis, comissário para os 100 anos do nascimento de José Saramago, e Fernanda Costa, da organização das comemorações.
As iniciativas atravessaram todos os países da rede externa do instituto Camões, incluindo os países de língua oficial portuguesa.
O Camões – Instituto da Cooperação e da Língua associou-se às comemorações do centenário do nascimento do Nobel da Literatura, no âmbito de um protocolo assinado com a Fundação José Saramago, no ano passado, envolvendo os Centros Culturais Portugueses, Centros de Língua Portuguesa, cátedras e leitorados.
As dez cátedras dedicadas ao escritor português encontram-se nas universidades Autónoma de Barcelona, de Granada e de Vigo (Espanha), nas universidades de Córdoba (Argentina), Federal do Paraná (Brasil), Nacional Autónoma do México e Nacional Maior de São Marcos (Peru), na Universidade Roma Tre (Itália), na Universidade de Sófia Sveti Kliment Ohridski (Bulgária) e na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.