No dia 21 de Outubro, pelas 19h00, é inaugurada a exposição “Realidade não aumentada” de Carlos Valente, na Galeria dos Prazeres, em que o artista se apoia na paisagem madeirense para a rever, alterar, decompor, fragmentar e reinstalar no espaço da galeria.
“Do vale à montanha e do mar à serra (citando o hino regional), a paisagem desenrola-se enquanto espaço disponível no qual estamos, deambulamos, chegamos, partimos e o qual, sobretudo, registamos com o nosso olhar mais (ou menos) atento.”
Carlos Valente explora o conceito de “realidade não aumentada” introduzido no quotidiano de hoje pelas tecnologias de ponta. Nesta exposição, a realidade não passa por esse processo de “mascaramento tecnológico”, mas sim por “muitos outros”, em que o “olhar” é “centrado no cérebro do homem (eu) e não no da máquina”. “Trata-se de observar e registar a realidade com recurso contínuo à memória, à metonímia e à movimentação orgânica de quem circula física, mental e culturalmente pelo espaço circundante, isto é, a ilha da Madeira enquanto entidade paisagística e identidade cultural.”
Carlos Valente mantém uma prática artística continuada desde 1987, onde vem utilizando a linguagem do vídeo e da instalação em diversas mostras colectivas, sendo esta a sua primeira exposição individual. É Professor Auxiliar na Universidade da Madeira (áreas de Estética e História da Arte) e tem vindo a fazer investigação no campo da História das Artes Plásticas na Madeira, nomeadamente estudos sobre a representação da paisagem madeirense na pintura, desenho, fotografia e cinema.