A pintura "Blusa Azul", de Henrique Franco, do museu madeirense Henrique e Francisco Franco, faz parte da exposição temporária “Do Tirar Polo Natural. Inquérito ao retrato português”, que o Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa inaugura na quinta-feira.
A pintura de um dos "Cinco Independentes", que expuseram na Sociedade Nacional de Belas Artes, em 1923, junta-se assim a três retratos de três moradores do bairro 6 de Maio, na Amadora, da autoria de Alexandre Farto (Vhils), que também vão estar em exposição no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), de 29 de junho a 30 de setembro, a par de mais de 200 obras de sete séculos de retrato, na arte portuguesa.
A mostra reúne artistas que vão de contemporâneos como Vasco Araújo, Julião Sarmento, Helena Almeida e Fernando Lemos, às expressões de modernismo de Amadeo de Souza-Cardoso ou Sousa Lopes, ao realismo de Columbano ou ao naturalismo de Aurélia de Souza, estendendo-se a escolas antigas da pintura portuguesa, que remontam ao século XV e aos chamados primitivos portugueses, como Nuno Gonçalves.
De acordo com o ‘site’ do MNAA, apresentam-se obras “de múltiplas disciplinas artísticas, provenientes de instituições e colecionadores nacionais, bem como de prestigiosas instituições internacionais, como o Museo del Prado, o Groeningemuseum de Bruges, a Galleria Nazionale di Parma ou os Musées Royaux des Beaux-Arts de Belgique”.
“Partindo de obras realizadas por artistas nacionais que retratam personagens portuguesas – prossegue o MNAA -, organiza-se uma exposição-ensaio, um inquérito sobre o poder do retrato, uma reflexão sobre a representação e o ‘tirar polo natural’, tal como o definiu, no século XVI, Francisco de Holanda, o primeiro teórico do retrato europeu”, que privou com Miguel Ângelo em Roma, nesse seu tratado.
A exposição é comissariada por Anísio Franco, Filipa Oliveira e Paulo Pires do Vale.
À sua margem – "mas em sincronia" -, foram instaladas, no jardim do Museu, grandes telas com fotografias de Jorge Bacelar, que retratam situações e rostos comuns, do "mundo real", como destaca o museu na sua página no Facebook.
O Museu desafiou igualmente o público a colaborar, na construção de um mural, no contexto deste inquérito, numa página própria do projeto, naquela rede social, com a partilha de retratos, "de hoje e de ontem", em "desenho, pintura, escultura, fotografia ou vídeo", que já reuniu mais de 1600 membros.
A presença de "Blusa Azul”, de Henrique Franco, na mostra do MNAA, foi hoje confirmada pela Câmara do Funchal, que manifestou o seu “contentamento por uma das obras do espólio municipal ter sido escolhida para esta importante exposição”.
O Museu Henrique e Francisco Franco reúne o espólio composto pelos dois irmãos, naturais da Madeira, das pinturas a óleo, desenhos, gravuras e pequenos frescos de Henrique Franco (1883-1961), às esculturas, desenhos e gravuras de Francisco Franco (escultor, 1885-1955).
LUSA