Nesta peça, com início agendado para as 21 horas, é utilizado o sistema computacional ‘Puffin’, que foi desenvolvido por Raul Masu, como parte da sua pesquisa de doutoramento.
A apresentação integra o projeto mais amplo ‘As Nossas Árvores’ e contará com a participação de quatro alunos dos Cursos Profissionais do Conservatório.
‘As Nossas Árvores’ é um projeto que nasceu do grupo Equilíbrio, uma rede de capacitação estratégica em arte e ecologia.
Durante 2021, foram selecionadas 5 árvores no Funchal, sobre as quais 5 artistas desenvolveram trabalhos criativos em colaboração com comunidades locais.
De outubro a fevereiro, após um evento mensal que apresenta cada árvore, a documentação artística ficará disponível online num mapa-roteiro acessível a todos.
Ao desvendar a importância destes seres vivos fantásticos, torna-se visível tudo aquilo que é de valor potencial.
Assim, fortalecem-se as relações que tanto os locais como os visitantes têm com o património arbóreo madeirense nas suas dimensões ecológicas e culturais.
A peça ‘Mútuas Colaborações’, obra experimental integrada no projeto ‘As Nossas Árvores’, teve como ponto de partida a Sumaúma, que se pode admirar da ponte em frente ao Conservatório, e existe num ecossistema de 263 espécies, vizinhas umas das outras, na Quinta Magnólia.
Esta foi uma proposta feita pelo italiano Raul Masu ao Conservatório, escola de artes vizinha da Quinta Magnólia, e na qual 4 jovens dos Cursos Profissionais de Instrumentista participaram – Gabriela Assunção (violino), Consthança Silva (violino), Gabriel Marcos (viola d’arco) e Matias Assunção (violoncelo) –, no formato de formação em contexto de trabalho.
Os ensaios e trabalhos de grupo foram realizados durante o mês de setembro e este concerto é a apresentação do projeto final.
Porque “uma árvore não existe isolada, vive num ecossistema complexo de inter-relações com o ambiente próximo”, esta peça representa estas múltiplas inter-relações através da criação de uma situação musical em que a ação de cada intérprete influencia a de todos os outros.
‘Puffin’ é um sistema computacional através do qual as notas que um intérprete toca num teclado são transformadas numa partitura para os outros três músicos.
A forma musical resultante é uma espécie de cânone em que os instrumentistas, por sua vez, imitam o que o teclado terá́ executado anteriormente.
O teclista passa, portanto, a cocriador e orquestrador. Cada um dos quatro instrumentistas passa alternadamente pelo teclado.
Durante os ensaios, criaram a peça de forma colaborativa. Além dessa representação metafórica da ecologia, a peça também incorpora algumas reflexões dos performers sobre sua própria relação com a árvore.