Em comunicado, o PCP recordou o nascimento de Saramago, “um dos maiores escritores de língua portuguesa, um dos mais destacados intelectuais do Portugal de Abril, militante comunista”.
Militante comunista, José Saramago foi “um escritor que veio do povo trabalhador, a quem amou e foi fiel”, e era um homem que “amou Abril, com tudo o que comportou de sonho, de transformação e de avanço progressista”.
“Mais do que um estilo, inventou um inovador ritmo oral na escrita, que não se limitou a narrar para os que liam, mas para participar ativamente na narração, desenvolvendo e devolvendo a história a todos aqueles que, fazendo-a, não a escrevem”, sustentou o partido na mesma nota.
A atribuição do Nobel da Literatura, em 1998, “abriu novas portas à projeção da literatura portuguesa” a nível internacional e fez de Saramago um “embaixador da cultura e da língua, que as projetou nos mais diversos cantos do mundo”.
“Um prémio, uma obra e uma intensa atividade que serviram o nosso país, projetou e prestigiou a cultura portuguesa além-fronteiras, contribuindo para tornar a nossa Literatura uma referência respeitada e permanente, no contexto da cultura literária universal”, completaram os comunistas.
E Saramago não dissociou o escritor do militante: “sem essa condição, a massa humana, o herói coletivo que percorre os seus livros, não se moveria com o mesmo fulgor e não se sentiria em muitos deles o penoso, trágico, exaltante, contraditório, luminoso, sombrio, incessante movimento da história.”
As obras de Saramago, para a direção comunista, “são imortais” por transportarem “valores universais como a liberdade, a democracia, a emancipação social, a solidariedade, a soberania, a paz, a cooperação e a amizade entre os povos”.
“José Saramago – o escritor de uma vasta e singular obra de valor universal, onde está presente um olhar sensível e profundamente humano – deu um contributo inestimável a esse objetivo, a essa luta. Uma luta que continua por um mundo melhor, por um Portugal com futuro”, concluiu o PCP.