Numa nota publicada no ‘site’ da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa classificou Lourdes Castro – que condecorou em junho passado – como "uma das mais inconfundíveis artistas portuguesas".
"Nascida na Madeira, Lourdes Castro estudou Belas-Artes em Lisboa, casou-se com René Bertholo e viveu em Munique, Berlim e Paris. Em 1958, fundou a revista KWY, e essas três letras do alfabeto, pouco habituais em português, anunciavam todo um programa cosmopolita, desalinhado e moderno", recorda a nota de Belém.
O texto do chefe de Estado refere que, regressada à Madeira em 1983, com Manuel Zimbro, Lourdes Castro "dedicou-se a livros de artista, álbuns de família, memoriais da história e do quotidiano, coleções de lugares e de plantas, sem abandonar uma das suas marcas autorais: a dialética da luz e das sombras (concretas, sugeridas, projetadas, esfumadas, transfiguradas)".
"Figura discreta, mas muito admirada, recebeu nas últimas décadas diversos prémios (EDP, Vieira da Silva, AICA) e reconhecimentos tendo sido condecorada pelo Presidente da República em junho passado com a Ordem Militar de Sant’Iago da Espada", refere a nota, que recorda várias retrospetivas de que foi alvo.
Também o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, manifestou o seu "sentido pesar" pelo falecimento de Lourdes Castro, aos 91 anos, no Funchal.
"Nome incontornável da pintura portuguesa contemporânea, Lourdes Castro deixa uma vasta obra, marcada inicialmente pela abstração e pelo novo realismo e que conhece, no dealbar da década de 1960, o tema da sua eleição: a sombra", destaca a nota de Ferro Rodrigues.