"O projeto está concluído, em fase de revisão, e a empreitada será lançada em breve, o mais breve possível, mas será uma obra para durar entre um ano e meio a dois anos", disse a responsável, em entrevista à agência Lusa, sublinhando que este projeto implica um trabalho de "grande rigor científico e técnico".
O Museu do Romantismo ficará instalado na Quinta do Monte, localizada nesta freguesia dos arredores do Funchal, também designada Quinta do Imperador, numa referência a Carlos de Áustria, último imperador austro-húngaro, que ali viveu exilado com a família entre 1921 e 1922, onde faleceu.
"O objetivo do Museu do Romantismo é criar uma nova oferta cultural, descentralizada e diferenciada, na medida em que aquilo que se procura é recuperar integralmente a casa e recriar o ambiente das quintas da Madeira", explicou Paula Cabaço.
A Quinta do Monte, cujas primeiras referências remontam a 1784, é composta por um edifício com capela, lago, parque, jardins e torre Malakof, ocupando uma área de 4,5 hectares.
"Não posso dar detalhes, porque o projeto de museologia ainda não foi concebido, mas pretende-se que este museu tenha uma programação cultural alusiva ao período do romantismo", disse Paula Cabaço, sublinhando a importância dessa época no incremento e dinamização do turismo na Madeira.
O imóvel foi adquirido pelo Governo Regional na década de 80 do século XX e em 2004 abriu ao público, ainda com a casa principal por recuperar, mas com toda a parte exterior visitável, onde se destaca a vegetação exuberante, com a presença de 96 famílias botânicas.
A secretária do Turismo e Cultura sublinhou que o projeto do Museu do Romantismo é também um exemplo da aposta do executivo na recuperação de património, onde se inclui, ao longo do atual mandato (2015-2019), a conservação e restauro dos tetos Mudéjares da Sé do Funchal e a reabilitação e restauro do Convento de Santa Clara (edifício do século XV).
No mesmo grupo de investimentos, todos cofinanciados pela União Europeia, contam-se os museus de Fotografia e de Arqueologia da Madeira, a recuperação das capelas laterais da igreja matriz de Machico (zona leste da ilha) e a reabilitação do Solar do Aposento, um edifício do século XIX localizado na freguesia de Ponta Delgada, na costa norte.
"Posso salientar que cerca de 70% do orçamento anual da Direção Regional de Cultura [cerca de 7 milhões de euros] tem sido dedicado ao património", vincou.
C/Lusa