O Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa, pediu autorização para fazer análises às pinturas incluídas na exposição "A Cidade Global", cuja autenticidade foi questionada.
Em causa estão os quadros "A Rua Nova dos Mercadores", ponto de partida da exposição, e de "O Chafariz d´El Rei", que apresentam cenários da Lisboa do século XVI, e cuja autenticidade foi posta em causa pelos historiadores Diogo Ramada Curto e João Alves Dias.
Joe Berardo, proprietário do quadro "O Chafariz d´El Rei", disse hoje à agência Lusa que já autorizou a realização de análises à pintura.
"O quadro já foi examinado nos Estados Unidos, em Londres e em Espanha. Para mim não há dúvidas sobre a autenticidade. Todas as opiniões o confirmam", declarou o colecionador, contactado pela agência Lusa.
"Eu não queria fazer isto porque é dar atenção a historiadores que não são da área, não percebem do assunto. Mas o ministro da Cultura pediu-me, e também o diretor do museu. Outros especialistas disseram-me que era a melhor maneira de fechar o assunto", justificou Joe Berardo, para finalmente autorizar a peritagem.
O quadro "O Chafariz d´El Rei" – que terá sido pintado entre 1570 e 1580 – "já esteve exposto mais do que uma vez nos Estados Unidos e tem pedidos cada seis meses para esse efeito", recordou Joe Berardo.
"Eu não quero emprestar, porque é uma relíquia histórica portuguesa, com a atividade da Lisboa da época, e até aparece a figura de Luís Vaz de Camões", sustentou o colecionador, acrescentando que, pela sua raridade, "não está à venda".
"A Rua Nova dos Mercadores", que os investigadores têm situado entre 1590 e 1610, está dividida em dois painéis, e é propriedade da Society of Antiquaries of London.
Contactada pela agência Lusa, fonte do MNAA indicou que ainda não recebeu resposta à autorização pedida à Society of Antiquaries of London, proprietária de "A Rua Nova dos Mercadores", obra dividida em dois quadros.
LUSA