Filipa Morgado desenvolve um conceito artístico que assenta em processos de imersão contextual, de onde resulta que na criação estética o artista plástico se inspira nas pessoas e nas dinâmicas das localidades em que se insere e com as quais dialoga. No conceito assimilado por Filipa Morgado a criação artística é reveladora de histórias e tradições, traduz a construção de relações dialogais com o meio cultural e seus traços distintivos e identitários.
Da residência artística que decorre durante um mês na ilha da Madeira, Filipa Morgado tem interagido com a memória do povo, com a arte do bordado na Madeira e das bordadeiras, designadamente de Machico, em diálogos com hábitos, com tradições, com obras do artesanato regional. Daí que a Exposição que se avizinha possa ser o confluir dessas aprendizagens e a afirmação inventiva de novos registos figurativos e de outras expressões artísticas.
Filipa Morgado nasceu nas Caldas da Rainha, em 1988. Com formação em arquitectura em Portugal, pela FAUTL em 2014, estudou em Buenos Aires, na Argentina. Após ter concluído o seu Mestrado, viveu e desenvolveu trabalho no México, onde concretizou projectos de criação artística. Filipa Morgado tem exposições realizadas com os seus desenhos, com trabalhos de pintura e escultura. Tem formação em Joalharia e em Cerâmica Criativa, e o seu imaginário e linguagem criativa comunicam de forma muito íntima com a poesia.
A Exposição de Filipa Morgado na Galeria Anjos Teixeira, à Rua João de Deus, no Funchal, tem inauguração agendada para a próxima quinta-feira. Esta que será a primeira Exposição de Filipa Morgado na Região Autónoma da Madeira, será o resultado desta residência artística e o confluir de um percurso criativo também revelador de um itinerário de diálogo cultural com as ilhas a que pertencemos.