Estes escritores vêm integrar a lista de outros nomes já anunciados pela organização, a associação Eventos Culturais do Atlântico (ECA), que este ano decorre subordinado ao tema “Jornalismo e Literatura – A Palavra que Prende, A Palavra que Liberta”.
Deste leque de presenças constam também a escritora canadiana de origem neozelandesa Eleanor Catton, a mais jovem autora a receber o Man Booker Prize, e a cantora portuguesa Aldina Duarte que dará um espetáculo no Teatro Municipal Baltasar Dias, no Funchal, intitulado “Quando se ama loucamente”
Também vão estar no FLM as autoras Ottessa Moshfegh (vencedora do Prémio Hemingway/PEN 2016), norte-americana de origem croata-iraniana, e a finlandesa Sofi Oksanen (vencedora do Prémio Femina 2010 e do Prémio Nórdico da Academia Sueca 2013).
Na primeira mesa redonda do FLM vão estar Esther Mucznik, Frei Bento Domingues e Sheik David Munir, que vão abordar o tema “A vista de Jerusalém é a história do mundo; é mais do que isso; é a história do céu e da terra”, lançado por Benjamin Disreali.
Esther Mucznik foi vice-presidente da Comunidade Israelita de Lisboa (2002 a 2016), é fundadora e presidente da Associação Memória e Ensino do Holocausto – MEMOSHOÁ – e do Museu Judaico de Lisboa (em preparação), sendo ainda membro da Comissão Permanente da Comissão de Liberdade Religiosa, tendo publicado, entre outras obras, o "Dicionário Judaico Português" e os “Portugueses no Holocausto”.
Quanto a Frei Bento Domingues, “nos anos finais do regime ditatorial participou na Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos”, recorda a organização, tendo publicado quatro livros: "A Humanidade de Deus", "A Igreja e a Liberdade", dois volumes da obra "As Religiões e a Cultura da Paz" e "A Religião dos Portugueses".
Sheik David Munir, desde 1986 o imã da mesquita central de Lisboa, ministro de culto, é docente de língua árabe e cultura islâmica e Conselheiro Religioso da Comunidade Islâmica de Lisboa, tendo publicado obras como “Deus que nunca o foi” (1987), “Ensinamentos Elementares do Islão” (1988) e “Da Ciência e Filosofia à Religião” (1996).
No que diz respeito aos nomes hoje anunciados pela ECA, Benjamim Moser é colunista do jornal The New York Times e biógrafo de Clarice Lispector (autor de “Clarice Lispector – Uma Vida”, na edição portuguesa da Civilização), Clara Ferreira Alves é escritora e jornalista, tendo no seu currículo a direção da Casa Fernando Pessoa.
José Luis Peixoto é considerado um “dos autores de maior destaque da literatura contemporânea”, salienta a organização, apontando que recebeu o Prémio Literário José Saramago, pelo romance "Nenhum Olhar".
Entre outras obras reconhecidas do autor estão "Cemitério de Pianos", de 2007, que recebeu o Prémio Cálamo Otra Mirada, destinado ao melhor romance estrangeiro publicado em Espanha, tendo-lhe sido atribuído, por "Livro", também o Libro d’Europa, em Itália. Em 2016 recebeu, no Brasil, o Prémio Oeanos por "Galveias".
O Festival Literário da Madeira que tem, segundo a organização, por objetivo a “promoção sociocultural, através do fomento da prática artística e pedagógica, da organização de eventos nacionais e transfronteiriços e do desenvolvimento das novas tecnologias da comunicação e da informação”.
A ECA lembra que este evento, em edições anteriores reuniu na Madeira autores premiados das mais diversas nacionalidades, como Eduardo Lourenço, Alberto Manguel, Helder Macedo, Naomi Wolf, Gonçalo M. Tavares, Mia Couto, Samar Yazbek, Ondjaki, Lídia Jorge, Frederico Lourenço, Eimear McBride, Adam Johnson, Pepetela e o ensaísta Zygmunt Bauman, que morreu no ano passado.
LUSA