Ribau Esteves revelou à Lusa que está já constituído o grupo de trabalho municipal, que vai ter como missão executar, “ao ritmo que a capacidade financeira o permitir”, os objetivos que estavam definidos na candidatura a Capital Europeia da Cultura, agora assumidos parcialmente no programa de Capital Portuguesa da Cultura.
“Com a dignidade da expressão, é um prémio de consolação para as três cidades que não conseguiram ser Capital Europeia da Cultura”, comentou à Lusa o autarca, lembrando que a candidatura apresentada por Aveiro apontava para 11 objetivos e 80,5 milhões de euros.
“A maior parte desses investimentos a Câmara já os tinha assumido independentemente de termos ou não termos o título de Capital Europeia da Cultura”, salienta o presidente da Câmara de Aveiro.
“Sempre disse que a nossa candidatura não era para realizar um evento, mas parte de um processo de crescimento nesta área da Cultura no Município que estamos a fazer, e que faríamos mais rápida e intensamente com o título, até por causa dos recursos financeiros”, acrescenta.
Segundo Ribau Esteves, o governo comprometeu-se a transferir para a Câmara de Aveiro, mediante protocolo, um apoio de cerca de dois milhões de euros, que terá como fontes de financiamento verbas do Turismo de Portugal, do próprio orçamento do Ministério da Cultura, e do Programa Operacional Regional do Centro 2030.
“Não é muito dinheiro, nem é pouco: é muito menos do que teríamos na Capital Europeia da Cultura, mas é um contributo importante para valorizarmos a programação que queremos apresentar e executar em 2024”, disse.
O presidente da Câmara de Aveiro adianta que internamente foi criado um grupo de trabalho que já está a atuar, tendo um quadro base de eventos e de programação cultural que ocupa o ano inteiro.
“Vamos trabalhar para executarmos o máximo possível os objetivos da programação cultural e dos investimentos em equipamentos que estavam na nossa candidatura a Capital Europeia da Cultura e seguramente alguns deles vamos integrá-los na programação da Capital Portuguesa da Cultura”, garante.
Um deles é a transformação do edifício da antiga biblioteca municipal em museu da Bienal de Cerâmica Artística, “um projeto já em execução”, outro é o “Creative Change Academy” para transformar o antigo Colégio Alberto Souto numa academia de criatividade artística, para o qual já existem quatro propostas.
Outro ainda é o “Living Places Lab”, a criar com a reabilitação dos terrenos da antiga lota, ainda propriedade da administração portuária, que a Câmara liderada por Ribau Esteves quer ver aproveitados com uma forte componente cultural e ambiental.
Do dossier de candidatura a Capital Europeia da Cultura vão avançar também o aproveitamento da Quinta da Costa, em Requeixo, para o Museu da Terra, além de várias intervenções de reabilitação urbana do espaço público.
“Queremos aproveitar essa condição que vamos ter para mostrar ao País, à Europa e ao mundo aquilo que é Aveiro como território, como terra de gente, terra de cultura, terra de trabalho, pelo que vamos fazer também com a Capital Portuguesa da Cultura uma operação de marketing territorial”, conclui.
Lusa