O ministro da Educação, João Costa, e a ministra da Ciência e Ensino Superior, Elvira Fortunato, anunciaram na segunda-feira que os exames nacionais para conclusão do ensino secundário vão manter-se, sendo os alunos obrigados a realizar três exames, um dos quais à disciplina de Português.
“Ainda não conhecemos o documento, que ainda não foi divulgado, só nos podemos pronunciar sobre o que foi dito e, pelo que se sabe até agora, parece ser mais positivo do que o que tínhamos antes da pandemia, mas ainda podemos melhorar os sistemas de avaliação e exames”, disse à Lusa a presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap).
A ideia é que os exames nacionais tenham menos peso na nota final de secundário dos alunos, passando a valer apenas 25%, o que é aplaudido pela Confap.
“A nota interna vale mais do que o exame e nós valorizamos isso. Parece-nos um bocadinho mais adequado, porque valoriza o trabalho ao longo dos três anos”, defendeu Mariana Carvalho.
No entanto, Mariana Carvalho preferiu não comentar ainda as novidades sobre as disciplinas terem um peso diferente na nota final do secundário, consoante sejam anuais, bianuais ou trianuais, uma vez que ainda há detalhes por clarificar.
Para os alunos que estão este ano no 12.º ano não haverá qualquer alteração nas regras de cálculo da média final do ensino secundário nem nas condições de acesso ao ensino superior.
As alterações só vão começar a sentir-se no próximo ano. Os alunos que estão agora no 10.º ano serão abrangidos pelo modelo de três exames obrigatórios.
O novo modelo será aplicado na totalidade aos alunos que começam o ensino secundário no próximo ano letivo, ou seja, as disciplinas terão um peso diferente na ponderação da média consoante sejam trienais, bienais ou anuais.
As disciplinas trienais, como Português ou Matemática, vão ter uma ponderação superior para a média final do que disciplinas anuais ou bienais.
No novo modelo, os exames nacionais deixam de ter um peso de 30% para a nota final na disciplina em exame, para passarem a valer apenas 25% nessa ponderação.
Já para o acesso ao ensino superior, cujas regras serão apresentadas na sexta-feira, os exames nacionais que sejam provas de acesso terão um peso mínimo de 45%.
“O que a Confap tem vindo a defender é que o ensino superior deveria encontrar um processo de seleção para os seus alunos, com provas de ingresso ou estratégias diferentes daquelas que são exclusivamente o exame nacional”, disse Mariana Carvalho.
A Lusa tentou saber a posição do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCIPS) sobre as novidades anunciadas, mas não obteve qualquer resposta até ao momento.
Lusa