Milhares de professores de todo o país estão concentrados em frente ao ministério da Educação, de onde vai partir hoje mais uma manifestação exigindo melhores condições salariais e de trabalho.
Antes da hora prevista para o arranque da marcha organizada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP) já milhares de docentes de todos os níveis de ensino estão na Avenida 24 de julho, Lisboa, erguendo cartazes com as suas reinvindicações e protestos.
"Guardião da Constituição, pedimos a sua intromissão" é uma das mensagens de uma docente que participa no protesto que vai terminar em frente ao Palácio de Belém, onde os professores esperam ser ouvidos por Marcelo Rebelo de Sousa.
"Não paramos" é a principal mensagem gritada hoje pelos docentes que afirmam que vão manter a luta até verem garantidas as suas reivindicações, como é o caso da recuperação do tempo de serviço que foi congelado durante a Troika.
"Foi tempo que trabalhámos e que nos foi roubado", disse à Lusa Helena Ramos, professora de Matemática que veio do Estoril para Lisboa para engrossar o protesto que, às 14:30, tinha já cerca de meio quilómetro de comprimento.
Alexandra Mateus veio de mais longe, de Viseu, num "autocarro cheio". A docente é de Viseu e entre os protestos salienta as novas regras da mobilidade por doença, que o atual ministro João Costa alterou.
A professora de Matemática e Ciência, de 47 anos, estava efetiva numa escola de Tarouca mas, por uma questão de saúde, nos últimos anos dava aulas em Viseu. Este ano ficou novamente na escola de Tarouca. "Não há greves fofinhas" é a mensagem que exibe, ao passo que o marido optou por "Costas, habituem-se".
Já Cecília Meireles criticou a decisão conhecida na sexta-feira de impor serviços mínimos às greves decretadas pelo STOP a partir de fevereiro: "Isto é uma vergonha para a democracia! As escolas não são depósitos de alunos! Kafta era um menino ao pé do que se passa nas escolas", disse à Lusa.