Simone de Oliveira, ao som do piano, tocado por Nuno Feist, irá passar por alguns dos mais marcantes momentos da sua carreira – em 2017, Simone celebra 60 anos de atividade artística – e é igual a si própria, ao chorar e fazer chorar, ao rir e fazer sorrir, brindando os presentes com algumas confissões. “Cantar é nascer todos os dias. Tenho uma enorme paixão em cantar e viver, e vivo com uma grande tranquilidade e paz de alma.” Quanto ao futuro, Simone só teme que a memória lhe pregue uma partida: “São tantas as palavras que, se um dia as gavetas se baralharem e tiver de colocar uma estante com os textos à frente, deixo de cantar!”
A estreia da cantora em público ocorreu em Janeiro de 1958 no primeiro Festival da Canção Portuguesa. Em 1962 Simone estreia-se no teatro de revista.
Ao longo da sua carreira trabalhou com figuras incontornáveis do panorama musical português, tais como António Calvário, David Mourão Ferreira, José Carlos Ary dos Santos, Amália Rodrigues, Filipe La Féria, entre outros.
É em 1969 que Simone vence o Festival RTP da Canção, com o maior êxito da sua carreira – "Desfolhada Portuguesa", da autoria de José Carlos Ary dos Santos e Nuno Nazareth Fernandes.
Perde a voz, um incidente que se prolongará por cerca de dois anos. Nesta fase aceita tudo o que lhe oferecem para sobreviver. Desde o jornalismo, à rádio, à locução de continuidade ou à apresentação do concurso Miss Portugal e de espectáculos no casino da Figueira da Foz. Recupera do problema que lhe tinha afectado as cordas vocais: a voz era mais grave, mas podia continuar a cantar.
A sua carreira estava marcada por músicas e letras compostas por autores de qualidade, muitos deles antifascistas. Isso ajuda a que, após o 25 de Abril de 1974, continue a sua carreira e participe em revistas como "P’ra Trás Mija a Burra".
Em 1980 representa Portugal no Festival da OTI, em Buenos Aires, com "À Tua Espera". Durante os ensaios a orquestra levantou-se para a aplaudir. Arrecadaria o prémio de interpretação do Festival Ibero-Americano da Canção.
No teatro faz de "Genoveva" na peça "Tragédia da Rua das Flores" baseada na obra homónima de Eça de Queirós. Participa também na série "Gente Fina É Outra Coisa" da RTP onde contracena com nomes como Nicolau Breyner e Amélia Rey Colaço.
Comemora as bodas de prata da sua carreira com o programa televisivo "Meu Nome é Simone".
O disco Simone, Mulher, Guitarra, editado em 1984, é uma incursão da cantora no fado, com produção de Carlos do Carmo. Cinco dos temas pertencem a José Carlos Ary dos Santos e os restantes são de Luís de Camões ("Alma Minha Gentil Que Te partiste"), Fernando Pessoa ("Quadras"), Cecília Meireles ("Canção"), Florbela Espanca ("Amiga, Noiva, Irmã") e Miguel Torga ("Prece").
Em 1988 ainda, Simone venceu um cancro de mama, passando a ser reconhecida também por tal, dado a ser uma doença ainda bastante dizimatória nesse tempo. É a viúva do actor Varela Silva.
Faz parte do elenco do musical "Passa por Mim no Rossio" (1991).
Em 1992 Simone de Oliviera edita o álbum Algumas Canções do Meu Caminho, que apresentou ao vivo no Funchal
Filipe La Féria convida Simone para "Maldita Cocaína" de 1993.
Em 1997 celebrou os seus 40 anos de carreira com um espectáculo na Aula Magna, de Lisboa. É lançado o duplo CD Simone Me Confesso. O espectáculo "Simone Me Confesso" é apresentado na Expo-98.
No ano 2008 Simone integra o elenco da nova versão de Vila Faia na RTP, onde vai encarnar Efigénia dos Santos Marques Vila, papel que na versão anterior era desempenhado pela actriz Mariana Rey Monteiro. No dia 25 de Fevereiro 2007 Simone comemorou os 50 anos de carreira, num grandioso concerto no Coliseu de Lisboa.
Em 2011, na XVI edição dos Globos de Ouro (Portugal), recebeu, das mãos do Dr. Pinto Balsemão, o Globo de Ouro Mérito e Excelência.