Segundo o jornal O Dia, Ibaneis Rocha declarou que o acampamento ficava numa área "sujeita à administração do comando do Exército", razão pela qual tinha acordado com os militares a data de 29 de dezembro de 2022 para o início do despejo dos manifestantes, mas o despejo foi "paralisado por ordem do comando do Exército".
O governo federal "sabia da oposição do Exército à retirada dos acampamentos", acrescentou, no depoimento prestado na sexta-feira.
Aliado político do ex-presidente Jair Bolsonaro, Ibaneis Rocha foi suspenso do cargo de governador do Distrito Federal, onde se localiza a capital, Brasília, por 90 dias por decisão do Supremo Tribunal Federal, na sequência da invasão do último domingo às sedes da Presidência da República, do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional.
O governo federal de Lula da Silva decretou a intervenção do governo do Distrito Federal e os manifestantes foram despejados em poucas horas.
No domingo, milhares de ‘bolsonaristas’ atacaram as sedes da Presidência da República, do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional.
Antes dos ataques às sedes dos três poderes, os radicais bloquearam estradas, invadiram uma esquadra de Brasília em meados de dezembro e, dias depois, deixaram um artefacto explosivo próximo ao aeroporto da capital, que foi desativado pela polícia.
A invasão dos edifícios começou depois de militantes da extrema-direita brasileira que apoiam o anterior presidente, derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de outubro passado, terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios, na capital brasileira.
Entretanto, o juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes afastou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, por 90 dias, considerando que tanto o governador como o ex-secretário de Segurança e antigo ministro da Justiça de Bolsonaro terão atuado com negligência e omissão.
A polícia brasileira identificou, interrogou e prendeu 1.159 ‘bolsonaristas’ envolvidos nas invasões e vandalização das sedes dos três poderes em Brasília, ocorridas no último domingo, segundo um balanço da Polícia Federal.
"Ao todo, 1.843 pessoas foram conduzidas pela Polícia Militar do Distrito Federal para a Academia Nacional de Polícia. Todos os detidos foram identificados pela Polícia Federal e irão responder, na medida de suas responsabilidades, por crimes de terrorismo, associação criminosa, atentado contra o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, perseguição, incitação ao crime, entre outros", referiu a Polícia Federal.