O principal índice da bolsa portuguesa fechou o ano passado nos 5.726,11 pontos, mais 2,8% face ao final de 2021, contrariando a tendência negativa da generalidade das principais praças.
O ponto mais alto do PSI em 2022 aconteceu em 07 de junho quando chegou aos 6.349,21 pontos, enquanto o mínimo foi atingido em 12 de outubro nos 5.190,28 pontos. Em 2021, o PSI20 tinha valorizado 13,7%.
Por cotadas, a petrolífera Galp liderou as valorizações, num ano de forte aumento do preço do petróleo. As ações da Galp ganharam 48% no acumulado de 2022, fechando o ano nos 12,61 euros por ação.
Também a energética Greevolt teve um ano positivo ao crescer 22,83% (fechou 2022 nos 7,80 euros).
A NOS subiu 10,97% (3,78 euros), a Semapa 5,64% (12,36 euros), o banco BCP valorizou-se 3,9% (0,15 euros) e a Navigator 3,1% (3,45 euros). A retalhista Jerónimo Martins ganhou apenas uns ligeiros 0,4% em 2022 (20,18 euros).
Já no ‘vermelho’, os CTT registaram a maior queda no acumulado de 2022, ao caírem 32,28% (fechando 2022 nos 3,08 euros por ação), seguidos da Corticeira Amorim a perder 22,7% (8,72 euros). A Altri caiu 11% (5,01 euros), a Mota-Engil 8,31% (1,17 euros) e a Sonae 6,78% (0,94 euros).
A EDP Renováveis perdeu 6% (20,58 euros), a EDP cedeu 3,64% (4,66 euros) e a REN caiu 0,98% em 2022 (2,52 euros).
O PSI (Portugal Stock Index) é desde março de ano passado o principal índice da bolsa de Lisboa com uma primeira carteira composta por 15 empresas que integravam o antecessor PSI20.
Quanto às principais praças europeias, depois de 2021 ter sido um ano genericamente positivo, 2022 foi sobretudo negativo.
Frankfurt (Dax40) perdeu 12,4%, o pior ano em quatro anos, Paris (Cac40) baixou 9,75%, na pior queda anual desde 2018, Milão (FTSE MIB) caiu 12% (a pior queda desde 2018) e Madrid (Ibex 35) cedeu 5,56%. Londres (FTSE100) escapou ao acumular uma valorização de 0,91% em 2022.
Nos Estados Unidos da América, as quedas foram mais pronunciadas. O S&P 500 teve o pior ano desde 2008 ao perder 19,4% e o industrial Dow Jones caiu 8,8%. A queda do tecnológico Nasdaq foi a maior, de 33,1%.
Na Ásia, o ano também foi negativo. Na China, tanto a bolsa de Xangai como a de Hong Kong caíram 15% em 2022. No Japão, o principal índice, o Nikkei, desvalorizou-se quase 10%.
Para 2023, os analistas perspetivam que os investidores entrem com uma atitude cautelosa face a vários riscos, como a inflação persistente, a evolução das taxas de juro, as tensões geopolíticas, a crise energética e o impacto económico da política da China contra a Covid-19.
Na zona euro, o Banco Central Europeu já fala em recessão, sendo a dúvida a magnitude e a duração.