“Saliento a forma como a estrutura de comando e os polícias deste comando [Lisboa] têm lidado com as ações dos movimentos contestatários em defesa do clima, que todos temos a obrigação de defender. No entanto, não podemos esquecer que vivemos num Estado de direito democrático e a defesa da causa climática, como de qualquer outra causa, deve desenvolver-se pelo respeito pela lei”, disse Magina da Silva, na cerimónia do dia do Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública (Cometlis), que decorreu na Amadora.
O diretor nacional da PSP salientou também e saudou “a forma globalmente correta como os protestos têm decorrido sem recurso a ações ou comportamento violento e sem recurso a danos na propriedade pública”.
No seu discurso, Magina da Silva destacou igualmente “a forma legal, madura, contida e proporcional como os polícias têm resolvido as mediáticas ocorrências relacionadas com esta temática”.
“Têm resolvido estas mediáticas ocorrências em cumprimento escrupuloso com os regulamentos internos sob o uso da força e em cumprimento escrupuloso das instruções hierárquicas emitidas por uma polícia democrática e ao serviço de todos os cidadãos que servirmos”, sustentou.
Jovens ativistas pelo clima ocuparam na última semana várias escolas de Lisboa, exigindo o fim dos combustíveis fósseis até 2030 e a demissão do ministro da Economia, que acusam de defender os combustíveis fósseis.
Dos protestos já foram detidos nove jovens ativistas.
No final da cerimónia, o ministro da Administração Interna disse aos jornalistas que “é muito importante que os mais jovens lutem pelas suas causas”, sendo esse “um direito fundamental e mostra que as novas gerações estão comprometidas com causas”.
José Luís Carneiro afirmou que às forças de autoridade “compete cumprir e zelar pelo equilíbrio entre a liberdade de manifestação e o exercício de uma autoridade democrática”.
Numa resposta enviada à Lusa sobre se a Inspeção-Geral da Administração Interna tinha aberto algum inquérito às várias intervenções da PSP, nomeadamente na retirada de manifestantes da Faculdade de Letras de Lisboa, na sexta-feira, a IGAI respondeu que “não encontrou razões para abertura de inquérito”, tendo em conta “os elementos publicados e conhecidos até este momento”.
Na noite de segunda-feira, os ativistas anunciaram o fim das ocupações das escolas, que se saldou também por detenções na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, a única que pediu a intervenção policial para obrigar os estudantes a deixar o local.
Lusa