Segundo o porta-voz do Comando da Força Aérea ucraniana, Yuriy Ignat, o exército russo esteve a utilizar ‘drones’ num regime de “vagas sucessivas”, com base nos cálculos estratégicos, mas começou a reduzir os disparos porque o número de dispositivos que possuem está a diminuir.
As informações do exército seguem-se a uma declaração do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na mais recente das mensagens que costuma transmitir ao amanhecer, em que afirmou que, desde o início da invasão russa, a Ucrânia sofreu mais de 8.000 ataques aéreos.
Zelensky sublinhou que nos últimos dois dias as forças ucranianas abateram 23 ‘drones’ de um total de 30 lançados por tropas russas e direcionados principalmente contra infraestruturas críticas, energéticas e outros alvos civis.
Zelensky também se referiu ao progresso que a Ucrânia fez em termos de eficácia e capacidade das suas defesas antiaéreas nos oito meses que passaram desde o início da invasão russa, a 24 de fevereiro.
A mensagem de Zelensky foi divulgada numa altura em que a contraofensiva lançada pelo exército ucraniano em Donetsk e Lugansk parece ter desacelerado.
Segundo o portal Ukrinform, que cita o Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia, as tropas russas estão a concentrar esforços na manutenção do território ocupado na margem direita da região de Kherson.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia, que entrou hoje no 247.º dia, causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão, justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança do país, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com o envio de armamento para as autoridades ucranianas e a imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.374 civis mortos e 9.776 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.