Os campeões nacionais registaram menor receita face aos rivais lisboetas, ao somarem 86 milhões de euros (ME), dos quais 41,5 ME surgiram aquando da mudança do médio internacional luso Vítor Ferreira, mediatizado como Vitinha, para o Paris Saint-Germain.
O FC Porto registou ainda ‘encaixes’ por Fábio Vieira (Arsenal, 35 ME) e Sérgio Oliveira (Galatasaray, três), para além de Francisco Conceição, filho do treinador dos ‘dragões’, Sérgio Conceição, que viu o Ajax exercer uma cláusula de rescisão fixada em cinco ME.
Já Chancel Mbemba foi a mais recente unidade influente a sair em fim de contrato e sem compensação financeira, imitando Moussa Marega, Yacine Brahimi, Héctor Herrera, Iván Marcano e Vincent Aboubakar em épocas anteriores, enquanto Agustín Marchesín, cuja titularidade na baliza havia passado para Diogo Costa, rumou ao Celta de Vigo (um ME).
Rúben Semedo foi devolvido ao Olympiacos pelo FC Porto, que acertou os empréstimos de ‘excedentários’ como Carraça (Gil Vicente), Tomás Esteves (Pisa), Diogo Leite (Union Berlim), Mamadou Loum (Reading) ou Romário Baró (Casa Pia), mas ainda não resolveu Fernando Andrade, Shoya Nakajima e João Pedro, que até foi inscrito na Liga de clubes.
Quanto ao Sporting, as partidas dos médios internacionais portugueses Matheus Nunes (Wolverhampton, por 45 ME), que possibilitou a segunda venda mais cara do clube, e João Palhinha (Fulham, por 20), ressaltaram no somatório de 118 ME de receita obtida.
Nuno Mendes foi comprado em definitivo pelo PSG (38 ME pela transferência, após sete ME do empréstimo), ao qual voltou Pablo Sarabia, jogador mais influente dos ‘leões’ em 2021/22, ao passo que Bruno Tabata rumou ao Palmeiras (cinco ME), Feddal terminou contrato e Islam Slimani, afastado desde abril das opções de Rúben Amorim, rescindiu.
João Virgínia finalizou o empréstimo do Everton ao Sporting, que fez dinheiro nas saídas de Andraz Sporar (Panathinaikos, 3,5 ME), Vivaldo Semedo (Udinese) e Gonzalo Plata (Valladolid), ambos por três ME, e Pedro Mendes (Ascoli, 500 mil euros), embora tenha acabado por ver sair a custo zero Renan Ribeiro (Al-Ahly) e Rodrigo Battaglia (Maiorca).
Gonçalo Esteves (Estoril Praia), Eduardo Quaresma (Hoffenheim), Tiago Ilori (Paços de Ferreira), Rúben Vinagre (Everton), Idrissa Doumbia (Alanyaspor), Rafael Camacho (Aris Salónica), Geny Catamo (Marítimo) e Luiz Phellype (Tokyo) saíram a título de cedência.
O Sporting tem pendente a situação de Eduardo Henrique, cuja ausência de colocação motivou a sua inscrição na Liga de clubes nas últimas horas do mercado, altura em que Joelson Fernandes cessou o empréstimo ao Basileia para retornar à equipa B lisboeta.
Já o Benfica realizou a segunda maior transferência da sua história e do próprio futebol luso, logo atrás dos 120 ME pagos pelo Atlético de Madrid por João Félix, em 2019, ao obter 75 ME, que podem chegar a ‘redondos’ 100 ME, do Liverpool por Darwin Núñez.
Além do avançado uruguaio, que há dois anos se tornara no reforço mais caro da I Liga, ao ser recrutado junto do Almería por 24 ME, Roman Yaremchuk (Club Brugge, 16 ME), Everton (Flamengo, 13,5) e Jota (Celtic, 7,3), Gedson Fernandes (Besiktas, seis), Carlos Vinícius (Fulham, cinco) e Pedro Pereira (Monza, 2,5) foram outras vendas relevantes.
Na receita de 128,3 ME couberam ainda Umaro Embaló (Fortuna Sittard) e Nuno Santos (Charlotte), ambos de saída por um ME, numa quantia associada igualmente à taxa de empréstimo de Haris Seferović (Galatasaray), sendo que Mile Svilar (Roma) e Pizzi (Al-Wahda) saíram sem custos, Adel Taarabt desvinculou-se e Tomás Tavares foi inscrito.
O Benfica emprestou Julian Weigl (Borussia Mönchengladbach), Ferro (Vitesse), Gabriel (Botafogo), Soualiho Meité (Cremonese) ou Tiago Dantas (PAOK Salónica) e devolveu Valentino Lazaro (Inter Milão) e Nemanja Radonjić (Torino), numa altura em que, com o mercado ainda em aberto na Bélgica, Jan Vertoghen deve ser anunciado no Anderlecht.
A ‘águias’ alimentaram a principal ‘novela’ do verão luso, mas falharam a contratação de Ricardo Horta, melhor marcador da história do Sporting de Braga, que recebeu 20 ME do FC Porto por David Carmo, para o negócio mais caro de sempre entre clubes nacionais.
Os minhotos devolveram Diogo Leite e Yan Couto aos ‘dragões’ e ao Manchester City, respetivamente, e cederam Francisco Moura (Famalicão), Mario González (Leuven) ou Guilherme Schettine (Grasshoppers), englobando João Novais (Al-Bataeh) nas vendas.
O mercado proporcionou negócios valiosos para outros emblemas portugueses face aos efeitos financeiros ditados pelo conflito militar na Ucrânia e em pleno rescaldo de dois anos e meio da pandemia de covid-19, com especial incidência no Vitória de Guimarães.
André Almeida (Valência, 7,5 ME), Gui (Almería, três), Rochinha (Sporting, dois), Abdul Mumin (Rayo Vallecano, dois), Denis Poha (Sion, 850 mil euros), Bruno Duarte (Damac, 600 mil) e Alfa Semedo (Al-Tai, 800 mil) ‘desafogaram’ as contas dos vimaranenses, que somaram 1,6 ME do Rio Ave pela ativação das opções de compra de Jhonatan e Yakubu Aziz e um ME nas cedências de Matous Trmal (Marítimo) e Falaye Sacko (Montpellier).
O Gil Vicente lucrou com Samuel Lino (Atlético de Madrid, seis ME), o Estoril rentabilizou André Franco (FC Porto, quatro) e Arthur Gomes (Sporting, 2,5), o Santa Clara libertou Hidemasa Morita (Sporting, 3,8) e Lincoln (Fenerbahçe, 3,5), o Portimonense deixou sair Samuel Portugal (FC Porto, um) e Willyan (CSKA Moscovo, dois), o Famalicão ficou sem Charles Pickel (Cremonese, 3,8), o Arouca fez dinheiro com André Silva (Vitória de Guimarães, um) e o promovido Desportivo de Chaves viu partir Alexsandro (Lille, dois).
As cedências com cláusula de compra ajudaram Portimonense (sete ME da Udinese por Beto), Paços de Ferreira (3,5 do FC Porto por Stephen Eustáquio) e Boavista (seis do Bordéus por Alberth Elis), cujo recorde de receita subiu através de Petar Musa (Benfica, cinco), Jackson Porozo (Troyes, 3,5), Nathan (Santos, dois) e Hamache (Dnipro, um).
De Portugal saíram ainda Pedrinho (Gil Vicente), Óscar Estupiñán e Rafa Soares (Vitória de Guimarães), André Ferreira (Paços de Ferreira), Cassiano e Koffi (Vizela), Fabrício (Portimonense), Victor Braga e Thales (Arouca), Pêpê Rodrigues e João Carlos Teixeira (Famalicão) e Gabrielzinho (Rio Ave), com Javi García a acabar a carreira no Boavista.
O mercado vai permanecer aberto durante alguns dias em países periféricos, casos de México, Roménia, Bélgica, Rússia, Turquia, Grécia, Arábia Saudita ou Ucrânia, entre outros, na certeza de que os atletas atualmente sem clube ainda podem ser inscritos.