O homem de 23 anos suspeito de ter provocado o fogo em agosto nos arredores do Funchal vai ser julgado pela prática de um crime de incêndio florestal agravado e três de homicídio, foi hoje divulgado.
De acordo com a informação hoje disponibilizada na página da internet da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL), o Ministério Público "requereu o julgamento em tribunal coletivo do arguido pela prática de um crime de incêndio florestal agravado e de três crimes de homicídio".
O homem é natural da Madeira e está indiciado por, a 8 de agosto do ano passado, ter ateado fogo na freguesia de São Roque, nos arredores do Funchal.
Este seu ato, "devido às condições atmosféricas que se faziam sentir e à continuidade arbustiva existente no local", ocasionou a propagação do fogo "em diversas direções, durante três dias, consumindo uma área florestal de aproximadamente 1.928 hectares", acrescenta a informação.
A PGDL adianta que o fogo destruiu "diferentes bens – residências, instalações industriais, quintas com valor urbanístico, ambiental e histórico, vida animal e manto herbácio" e, pela primeira vez, um incêndio com origem em área florestal "propagou-se até ao centro da cidade".
"O incêndio provocou ainda a morte de três pessoas", realça a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa.
O homem, que tem antecedentes criminais, foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) e, após interrogatório ocorrido a 10 de agosto, ficou a aguardar o desenrolar do inquérito em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional da Cancela.
O inquérito deste processo foi dirigido pelo Ministério Público do Departamento de Investigação e Ação Penal do Funchal (DIAP), com a coadjuvação da PJ.
Um outro homem, de 50 anos, também acusado do crime de incêndio florestal na zona do Vale Paraíso, na freguesia da Camacha, concelho de Santa Cruz, ocorrido na mesma altura, já foi julgado, na passada semana, no tribunal de Instância Central da Comarca da Madeira. A leitura da sentença está agendada para a próxima sexta-feira.
LUSA