Os bloquistas referem-se a uma notícia de segunda-feira do Expresso segundo a qual na noite de quarta-feira, no mercado ibérico de eletricidade, foi vendida energia hídrica em Portugal a 1.200 euros por MWh, mais do sêxtuplo do preço médio diário, situação em relação à qual a EDP rejeitou responsabilidades, de acordo com o mesmo jornal.
De acordo com o jornal Expresso, citado no mesmo requerimento, ao contrário do que aconteceu em Espanha, em que o mercado foi abastecido naquelas horas por centrais a gás, hídricas e outras renováveis, em Portugal “a eletricidade oferecida naquele período foi quase integralmente colocada pela produção hidroelétrica”, que colocou no mercado intradiário 590 MWh, faturando assim 708 mil euros nesse período.
“Ao valor médio das restantes sessões do mercado intradiário nessa data aquela produção teria faturado 106 mil euros”, explica.
Por isso, o BE quer a audição urgente na Comissão Parlamentar de Ambiente e Energia da “Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), da Redes Energéticas Nacionais (REN) e do Operador de Mercado Ibérico de Eletricidade (OMIE) acerca das condições em que ocorreu, durante quatro horas, a venda de eletricidade no mercado grossista português ao preço de 1200 euros/MWh, resultando na sobre-remuneração de determinado(s) produtor(es) em mais de 600 mil de euros”.
O jornal cita diferentes fontes e “admite várias hipóteses de explicação para esta ocorrência”.
“Qualquer delas aponta para uma vulnerabilidade do mercado elétrico a iniciativas especulativas com impactos relevantes na formação de preços. Num quadro nacional e internacional em que se multiplicam pressões para a subida dos preços da eletricidade, o que já levou o governo a tomar medidas cujo anunciado objetivo é mitigar o efeito daquela subida na fatura dos consumidores, a existência de estratosféricos ‘windfall profits’ é matéria que deve ser objeto de completo esclarecimento e correção”, justifica.