"Isso é melhor do que ajudar a Rússia. (…) Eu gostaria de acreditar que, pelas costas, a China não adotará uma política diferente. É por isso que estamos satisfeitos com este ‘status quo’. Digo-o com sinceridade", argumentou Zelensky, durante a participação virtual numa sessão do Fórum Económico Mundial, em Davos.
Contudo, questionado sobre se a China poderá desempenhar algum papel na pressão sobre a Rússia para acabar com a guerra, Zelensky mostrou mais reservas.
"Não tenho a certeza de que a China o fará", admitiu o Presidente ucraniano, acrescentando que também não acredita que a China tome medidas nem a favor, nem contra a Ucrânia.
"Acho que, neste ponto, os Estados Unidos poderão influenciar a posição da China. E isso influenciará a Rússia", comentou o Presidente da Ucrânia, reiterando o seu pedido de apoio da comunidade internacional para lidar com a agressão da Rússia.
Zelensky garantiu que o seu país não vai desistir de proteger a soberania do seu território.
“A Ucrânia não vai ceder no seu território. Estamos a lutar no nosso país, na nossa terra”, disse Zelensky, repetindo que a luta dos ucranianos é “pela liberdade, pela independência, pelo futuro”.
Por isso, Zelensky defendeu que a Rússia deve regressar às suas posições antes da invasão, como um primeiro passo, essencial para as negociações diplomáticas com vista à obtenção da paz.
“Essas negociações serão possíveis se a Rússia mostrar alguma coisa. Quando digo alguma coisa, refiro-me a retirar as tropas para onde elas estavam antes de 24 de fevereiro”, explicou o líder ucraniano, referindo-se à data do início da invasão russa.
Pela voz do vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Andrei Rudenko, a Rússia já respondeu a este repto de Zelensky, rejeitando-o com o argumento de que não é “construtivo”.
“Não podemos qualificar essa declaração como construtiva. Gostaríamos de lembrar que a Ucrânia participou ativamente nas negociações desde o primeiro dia da operação militar especial”, disse Rudenko.
“Se a Ucrânia colocar agora essas condições, seremos forçados a duvidar do seu desejo de encontrar uma solução pacífica”, disse o vice-ministro russo, assegurando que o seu país está empenhado em recuperar a região de Donbass, antes de se voltar a sentar à mesa das negociações.