O ataque mais mortífero visou os Voluntários para a Defesa da Pátria (VDP) na cidade de Guessel, região do Sahel (norte do país), matando "cerca de 20 pessoas, incluindo oito elementos dos VDP", de acordo com um dos seus líderes, citado pela imprensa local.
A mesma fonte acrescentou que, no mesmo dia, cinco outros elementos dos VDP e um civil foram mortos em Markoye, na mesma região, uma informação confirmada por uma segunda fonte, esta pertencente às forças de segurança do país, que deu conta da ocorrência de uma "série de ataques que visaram principalmente os voluntários".
"Foram tomadas medidas para [enviar] reforços para a área para proteger a população, que está a ser duramente atingida", revelou esta segunda fonte.
Na província de Kompienga, sudeste do Burkina Faso, perto das fronteiras com o Togo e Benim, "um comboio de civis escoltado por auxiliares do exército foi alvo de um ataque em Namouyouri", disse outra fonte das forças de segurança na região, especificando que "cerca de 15 civis foram mortos".
De acordo com um residente da província, além dos civis, foram mortos "três auxiliares" no ataque e é necessária ajuda "para cuidar de cerca de dez pessoas feridas".
Ainda no sábado à noite, outros dois ataques simultâneos aos postos das forças de segurança e da esquadra de polícia em Faramana (oeste), perto da fronteira do Mali, deixou feridos dois elementos daquelas forças, de acordo com uma fonte de segurança.
O Burkina Faso tem vindo a ser alvo de ataques de extremistas islâmicos desde 2015, levados a cabo por movimentos armados, alguns dos quais filiados na Al-Qaida e no grupo do Estado Islâmico, e que fizeram até agora mais de 2.000 mortos e 1,8 milhões de deslocados.
O norte e o leste do país são palco da maioria dos ataques, mas algumas regiões do oeste são também afetadas pela violência, ainda que numa base menos regular.
O novo homem forte do país, tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba, que derrubou o Presidente eleito, Roch Marc Christian Kaboré, no passado dia 24 de janeiro, acusou-o de ser ineficaz face à violência do extremismo islâmico, e manifestou o compromisso de fazer da questão da segurança a sua "prioridade".
Depois de uma certa pausa nas semanas que se seguiram à sua tomada do poder, o regime militar de Damiba enfrenta agora surto de ataques, que já colheram mais de cem vidas de civis e soldados.
O exército burquinabé anunciou há uma semana que matou, pelo menos, cinquenta "terroristas" em resposta a uma emboscada no noroeste do país e durante uma operação no sudoeste.
No início de abril, o líder da junta militar no poder anunciou a criação de comités locais para o diálogo com grupos extremistas islâmicos locais, numa tentativa de conter a violência.
Lusa