Promotores federais no sul da Florida acusam Claudia Díaz, com 48 anos, de aceitar subornos de um magnata bilionário da comunicação para autorizar transações cambiais lucrativas quando ela foi tesoureira da Venezuela, há uma década.
Algemada e vestida com um macacão azul-escuro, Díaz compareceu na sexta-feira perante o juiz William Matthewman, no tribunal federal de West Palm Beach.
Díaz não falou e a sua advogada disse que não tinha comentários.
Uma audiência para estabelecer uma fiança está marcada para a próxima terça-feira.
Um tribunal espanhol aprovou a extradição de Díaz em outubro, apesar das suas tentativas para bloquear essa extradição, com o argumento de que poderia responder às acusações em Espanha, onde também foi realizada uma investigação.
O tribunal decidiu que as alegações eram diferentes nos dois países e que a investigação dos EUA era muito mais ampla.
O seu marido, o antigo chefe de segurança de Chávez, Adrián Velásquez, também está a enfrentar acusações e aguarda extradição para os EUA, depois de esgotar os recursos judiciais em Espanha.
Díaz e o marido são acusados de receber pelo menos 4,2 milhões de dólares num esquema de suborno.
Em troca dos pagamentos, os promotores dizem que Díaz garantiu ao empresário Raúl Gorrín, proprietário da última grande rede de TV privada do país, a Globovisión, os direitos de trocar mais de mil milhões de dólares em moedas estrangeiras nos EUA em nome do Governo venezuelano.
Promotores norte-americanos dizem que o casal e outras autoridades próximas de Chávez tiveram centenas de milhões de dólares em lucro.
Gorrín permanece na Venezuela e está na lista dos mais procurados pelos serviços de imigração dos EUA, que impuseram sanções à sua rede de TV em 2019.
Os registos mostram que o casal transferiu milhões de dólares para fora do país socialista, comprando barras de ouro através de uma empresa de fachada no Caribe, que armazenaram num cofre no Liechtenstein.
Díaz era uma ex-suboficial da marinha venezuelana que cuidou de Chávez doente antes de o líder venezuelano morrer de cancro, em 2013.
Em 2011, Chávez nomeou-a tesoureira nacional da Venezuela, mas ela foi substituída em 2013, quando o sucessor de Chávez, Nicolás Maduro, foi eleito.