Os convites repetiram-se nas intervenções, por videoconferência, na primeira reunião conjunta das comissões de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas e dos Assuntos Europeus com a Comissão de Integração da Ucrânia na União Europeia (UE), do Parlamento ucraniano.
Numa sessão de quase uma hora e meia, os deputados portugueses condenaram, de novo, a agressão russa à Ucrânia e concordaram que o pedido de adesão à UE deve ser visto tendo em conta "o momento e as circunstâncias excecionais", para que não demore anos.
Sérgio Sousa Pinto, presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, salientou que os deputados portugueses estão “muito cientes da vontade da Ucrânia de aderir à UE” e manifestou “amizade, solidariedade e apoio”.
Disse ainda esperar que “a pouca ajuda militar” que Portugal está a conseguir dar “seja compensada pelo apoio e integração de milhares de ucranianos acolhidos”.
Já Capoulas Santos, em nome da Comissão de Assuntos Europeus, além de manifestar apoio para a adesão à UE, sublinhou a “disponibilidade para aprofundar a cooperação neste domínio” e também para “aproveitar todas as potencialidades” dos acordos que já existem”.
Ivana Klympush, presidente da Comissão Parlamentar da Ucrânia para a Integração Europeia, foi a primeira a convidar os deputados portugueses a irem ao Parlamento ucraniano, mas também a cidades destruídas pelos ataques russos.
As fotografias e as reportagens não mostram da mesma maneira do que “ver com os próprios” olhos, disse, numa intervenção em que repetiu o agradecimento do apoio dado por Portugal, sobretudo com o acolhimento a ucranianos que fogem da guerra, nas sanções adotadas a nível europeu e também junto das instituições internacionais, como as Nações Unidas.
Os parlamentares ucranianos pediram, contudo, mais e sobretudo que o apoio seja continuado, salientando que o que os ucranianos querem é vencer e acabar com esta guerra para que os seus cidadãos possam voltar e ajudar a reconstruir país.
Também sobre o pedido de adesão ao bloco europeu, a presidente da Comissão pediu que esse apoio do Parlamento e do Governo português “seja levado até ao momento da decisão”.
Ivana Klympush e outros parlamentares que intervieram sublinharam também a necessidade de apoio jurídico de Portugal para investigar os crimes de guerra cometidos pelas tropas de Vladimir Putin, o Presidente russo, e a luta contra a propaganda russa.
Outros pedidos que os deputados portugueses ouviram, para conseguir derrotar Mosocovo, foram que os portos portugueses não recebam navios russos, que Portugal apoie o embargo à compra a gás e petróleo russo pelos países da UE, que haja mais ação sobre os oligarcas e as empresas russas, que não se trabalhe com jornalistas russos.
Lusa